quarta-feira, 7 de julho de 2010

Entrego, confio, aceito e agradeço: uma lição de fé



"... Temos mania de achar que possuímos as coisas e as pessoas. Uma tremenda ilusão.
Quando percebemos isso, a vida fica mais leve".
José Hermógenes de Andrade Filho (Prof. Hermôgenes)



Palavras mudam o mundo e mexem fundo na vida das pessoas, principalmente em momentos difíceis, em que achamos que estamos sozinhos, mesmo cercados de pessoas.

Ao longo da minha jornada na umbanda, quatro palavrinhas me perseguem na voz de um preto-velho (um grande mestre): "entrego, confio, aceito e agradeço".

Palavras ditas na sabedoria oriental e organizada por vários mestres (entre eles o prof. Hermógenes) e presentes na grande mente universal da espiritualidade (Deus, o grande arquiteto do Universo) que nutre a tantos, e que, de tempos em tempos, são novamente repetidas por outros tantos mestres em várias crenças.

Palavras que têm um grande significado no contexto religioso, espiritual e até na nossa vida cotidiana, pois lidar com os problemas, com as pessoas que nos afligem, com os reveses da existência, com as perdas, com as doenças e uma gama de situações difíceis do dia a dia não é fácil, muito menos simplório.

No mundo atual, parece que os conflitos, as desgraças, a violência urbana e os infortúnios são uma constante nas notícias dos jornais e televisões, nos dando uma ideia de mundo cada vez mais violento e de uma sociedade cada vez mais individualista e sem uma perspectiva de melhora. Quando não são notícias sobre violência, são de corrupção em diversas instâncias (Executivo, Legislativo e até no Judiciário), mostrando que nossa sociedade está doente e ainda sem remédio (e, se for depender do fornecimento de medicamentos especiais do sistema público de saúde ... vai piorar mais).

Estamos vivendo um período da humanidade muito difícil, onde as conquistas tecnológicas, principalmente na área de informática, nos permitiram avanços muito significativos, mas em termos sociais e de convivência humana, ainda estamos muito primitivos. Somos humanos, mas em muitos de nós, falta humanidade, respeito ao próximo, valores, moral e dignidade.

Estamos entrando em uma encruzilhada, mas não encontramos caminho para seguir o futuro, pois a população do planeta cresce (mais de 6 bilhões de pessoas) e os recursos naturais perecem, o consumismo é cada vez maior, a competitividade entre as pessoas cresce mais, o estresse da luta pela sobrevivência é cada vez mais marcante, e não se vê uma "luz no fim do túnel". Embora algumas pessoas pelo mundo (em grupos) tentem fazer algo pela sustentabilidade do planeta, em termos sociais, ambientais e econômicos, a consciência global ainda é muito pequena, diante do grande problema que enfrentamos. Normalmente em contextos como este, de uma falta de visão de futuro, as pessoas procuram, cada vez mais, as religiões à procura de conforto, de esperança, de ajuda, de uma palavra de otimismo e esperança. As pessoas buscam na força da fé um equilíbrio que não encontram no seu dia a dia profissional, em sua vida cotidiana.

Nesses momentos a fé tem que ser passada de uma maneira delicada e equilibrada, sem criar algozes (culpados) ou conflitos religiosos (guerras como válvula de escape), mas sim em um entendimento de Entrega a algo maior, que está próximo da pessoa: a força divina de Deus, como fonte de união entre as pessoas. Porém, não basta somente a Entrega a essa força maior (Deus, Zamby, Olorum, Allah, Adonai ... ), temos que fazer com que essa força esteja viva em nossas vidas, em uma comunhão de Confiança (pessoa a pessoa, pessoa a Deus, Deus a pessoa ), usando-a para enfrentar os problemas, buscando soluções, nos transformando interiormente, convivendo harmoniosamente uns com os outros, para podermos transformar a sociedade e o mundo à nossa volta em algo melhor (principalmente para nossas crianças). Aceitando que mudanças interiores são necessárias na esperança de mudanças exteriores (mudando as pessoas e a sua forma de ver e entender uns aos outros; em um maior sentido de amar e respeitar uns aos outros, também mudamos o mundo). Porém, as mudanças dependem de cada um e de todos.

As religiões têm um papel muito importante no mundo atual, mas não para piorar a situação existente ou criar poderes e domínios, mas para criar uma fraternidade global entre todos os seres humanos.

Por fim, temos que Agradecer a Deus (em todos os nomes de Deus, em todas as suas formas e manifestações) por nos permitir evoluir, crescer em consciência e em entendimento. Reconhecendo nossos erros, nossas falhas, na tentativa maior de nos entender como pessoas e buscando, de fato, nossa humanidade em um sentido pleno de respeito uns aos outros, de igualdade, de fraternidade, de harmonia e de equilíbrio (dentro da sociedade e com o próprio planeta).

Entrego, confio, aceito e agradeço a força de Deus manifesta em minha vida, no que sou, em tudo que faço, na construção de minha fé, no amor e respeito a todas as pessoas, no carinho que tenho ao meu planeta.

Pai Etiene Sales é sacerdote umbandista da Tradição de Umbanda de Pretos-velhos, fundamentada no culto Omolokô.
Escritor e cientista da religião.
Email: ghost_master@uol.com.br

quinta-feira, 1 de julho de 2010

POMBA-GIRA



PombaGiras

Os Exus femininos (Pombagiras) mais conhecidos entre nós são : Maria Padilha, Maria Mulambo, Rainha das Sete Encruzilhadas, Pombagira das Almas, Pombagira da Praia e as Ciganas (Maria Rosa, Rosa Vermelha, Sulamita, etc.).
A "Pombagira", a chamada mulher de 7 exus, tem o seu nome esotérico KLEPOTH, que significa "a maldade em figura de mulher". Entretanto, o significado desta palavra não espelha a realidade, pois são criaturas idênticas aos Exus machos, com o mesmo objetivo e missão.
A "Pombagira Maria Padilha", cujo nome esotérico de Exu-fêmea é KLEPOTH, foi rainha dos mouros e amante do rei Felipe II.
As rosas são flores de preferência das Pombagiras e indicam a magia, nem sempre precisam ser vermelhas.


Pomba Gira Cigana,



Mulher, moça, menina ... eu não sei !
Seu nome ... eu não sei !
Sua origem ... eu não sei !
São poucos e menos importantes os "não sei", pois ...
Eu sei ... do seu amor !
Eu sei ... das suas palavras de carinho, das palavras de consolo e das palavras aconchegantes a quem precisa e à procura !
Eu sei ... de sua fé num mundo melhor, sem injustiças, ódios, invejas e destruição !
Eu sei ... de suas caridades !
Enfim, eu sei e conheço sua história !
Que você possa continuar sua caminhada à evolução !
Que você estenda cada vez mais suas obras entre nós !
Que Deus continue a iluminar-te !

Fonte : http://www.caboclajurema.com.br/exus.htm

Musicas de Umbanda

MAPA DE COMO CHEGAR A COMUNIDADE DE UMBANDA

Indicação de Livros Umbandistas

Indicação de Livros Umbandistas
Sandro da Costa Mattos

Obrigação a Oxum e Batizado 2009