segunda-feira, 29 de junho de 2009

MINHA FÉ






CREIO NA UMBANDA DE TODOS OS ORIXÁS
NAQUELA MINHA FÉ DE TODOS OS DIAS
PORQUE ME CARREGA EM CAMINHOS TORTUOSOS
TANTO NOITE QUANTO DE DIA
CREIO NA UMBANDA PARA SALVAR MEUS INIMIGOS
PORQUE DESFAZENDO AS MALDADES DA A OPORTUNIDADE DE SE ARREPENDEREM
E PENSAREM EM MIM COMO PENSO NELES COM AMOR A CARINHO
PORQUE NÃO TEMOS ADVERSARIOS NA VIDA E SIM COMPETIDORES
CADA UM LUTANDO POR UM AMOR POR UMA VIDA MELHOR E FELIZ
SEMPRE COM OS ORIXAS AO LADO PRA NOS ESTIMULAREM A CRESCER
NUNCA ATRAZ PORQUE ELES SÃO IGUAL A NÓS
NUNCA A FRENTE PORQUE SUA PUREZA JAMAIS NOS DEIXARIA PRA TRAZ
É COM ESSA CERTEZA ME PERGUNTO HOJE, QUANTO VALE MINHA FÉ
E ME RESPONDO VALE O PREÇO DA MINHA FELICIDADE E CONSCIENCIA
DO DEVER COMPRIDO, DA CARIDADE FEITA E DA MINHA CERTEZA DE CONSTRUIR
UM MUNDO MELHOR
ESSA É MINHA FÉ

PAI CHARLES D`OXOSSI

domingo, 28 de junho de 2009

AS FESTAS JUNINAS SOB UMA VISÃO FANÁTICA



Para que se tenha uma noção do que se passa nas mentes das pessoas das quais espíritas, umbandistas, candomblecistas e até católicos precisam se defender diariamente.

Falo de brasileiros fanatizados, que vêem em cada costume, em cada festividade, em cada manifestação cultural, um significado que remete ao “demônio”

Recebemos no Programa Melodias de Terreiro uma circular com a propaganda de um livro. Junto, veio um artigo chamando atenção para os riscos das festas juninas. Risco das festas juninas?

Bem, pensamos que era em relação ao risco das queimaduras com os fogos de artifício. Ou com as conseqüências no meio ambiente pelas queimadas causadas pelos balões.

Ao ler o texto, a surpresa.

Nada mais era do – mais uma - manifestação fanática que essa gente vê em cada festa popular brasileira. Em quase tudo vêem a “obra do demônio” (uma prefeita no RJ tentou proibir referências à Capoeira nas escolas, por julgar que era uma dança em homenagem à “satanás”)

Abaixo seguem trechos do texto preconceituoso. A análise irracional demonstra –mais uma vez – como funciona a lavagem cerebral religiosa.

Festa junina: inofensiva ou não?

Todo mês de junho é a mesma coisa, a maioria das escolas põe lenha na fogueira para as crianças entrarem no clima da festa junina. Dei-me conta de que precisamos falar mais sobre os significados desta festa ao saber que algumas crianças da Escola Bíblica Dominical estavam planejando participar delas

Apesar de serem assíduas na igreja, juntamente com suas famílias, essas crianças não têm idéia de onde estão entrando, precisam ser apascentadas por pais e professores...erramos por não sabermos a origem e significados das coisas...Percebi que muitos pais cristãos não sabem os significados de tal comemoração, senão suas crianças não estariam envolvidas com esta festa de origem pagã, ou seja, idólatra.

Acompanhe comigo e veja você mesmo QUAL O SENTIDO DA FESTA JUNINA.

Fogueiras
A fogueira tem outros significados: proteção contra maus espíritos, purificação, agradecimento e homenagem a deuses.
Fogos de artifício
O barulho dos fogos de artifício espanta maus espíritos.
Balões
Simbolizam a oferenda aos céus para a realização de pedidos de desejos.
Casamento caipira
O casamento caipira é a representação cheia de malícia e conotações sexuais. A história sofre pequenas variações, mas o enredo é sempre o mesmo: a noiva fica grávida antes do casamento e os pais obrigam o noivo a se casar com ela.

E então, você ainda acha que festa junina é inofensiva? O que Jesus faria em meu lugar? Ele dançaria quadrilha? Como posso pensar e agir de acordo com os valores e princípios bíblicos e ensiná-los a esta geração?

A Bíblia diz claramente o quanto irrita ao nosso Deus a adoração a outros deuses. A quadrilha se parece com a festa relatada em Êxodo 32. De que lado você, suas crianças e jovens estão: do povo cabeçudo ou do lado da grande nação? Você está em comunhão com Deus ou com os demônios? (1 Co 1014-24).

Se você ainda acha que festas juninas são inofensivas, sem perigos, se tiver paz para comemorá-la e deixar suas crianças se envolverem, vá em frente, mas sabendo que todos os espíritos cultuados nesta festa estarão com vocês. (Por Alexa Guerra – autora do livro " Infância: O Melhor Tempo Para Semear” da Editora Betânia & 100 Dinâmicas. Editora SOCEP)

As considerações preconceituosas acima estão percorrendo igrejas e templos evangélicos, alcançando crianças. Isso nos leva a uma reflexão.

Quando olhamos para as conquistas de humanidade por um lado, vemos, por outro, homens e mulheres exibindo diversas faces que o fanatismo adquiriu ao longo do tempo.

Chamamos de fanatismo a exaltação que leva indivíduos ou grupos a praticar atos violentos contra outras pessoas, prejudicando significativamente sua liberdade e atentado contra a vida, baseados na intolerância e na crença em verdades absolutas, para as quais não admitem contestação (o exemplo mais recente foi a depredação de um centro umbandista no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, que culminou com a prisão dos agressores)

Fanáticos religiosos se valem da religião como pretexto para perseguições, torturas e assassinatos em diversos momentos da historia, dos cruzados medievais aos fundamentalista do século XXI.

Não tem muita diferença do racismo (contra negros, semitas, orientais, etnias minoritárias) que provocou e provoca muitas humilhações e derramamento de sangue. O ponto máximo, em pleno século XX, foi confinar pessoas em campos de extermínio, onde seriam escravizadas, torturadas e mortas, por sua suposta inferioridade racial.

Não temos a menor dúvida de que os brasileiros fanatizados por essas seitas eletrônicas nos consideram inferiores, nos consideram reféns do “demônio”. Para eles, precisamos ser “libertados” dessas influências. Para muitos deles, principalmente os mais ignorantes, não basta vociferar impropérios. É preciso mais: invadir os centros umbandistas e destruir imagens

O próximo passo? Bem, não me espantaria se um dia começassem a espancar umbandistas com o objetivo de lhes tirar o “diabo do corpo”

Sabemos que o diabo não existe. Mas, mesmo não existindo, como ele vendo sendo útil para os espertalhões que ganham rios de dinheiro em nome dele, promovendo lavagens cerebrais.

Definitivamente, estou convicto de que o preconceito é uma opinião não submetida á razão.

ÁTILA NUNES NETO

PROGRAMA MELODIAS DE TERREIRO

RÁDIO METROPOLITANA AM 1090

Apresentação de Átila Nunes Filho e Átila Nunes Neto.

De 2a à 6a feira, entre 23h e 24h

Central telefônica 24h: (021) 2461-0055

E-mail: atilanunes@emdefesadaumbanda.com.br

RÁDIO MELODIAS DE TERREIRO: 24 HORAS NO AR:

www.radiomelodiasdeterreiro.com.br

sábado, 27 de junho de 2009



FONTE: Tambores de Angola - Robson Pinheiro




PREFÁCIO

Para o bem não há fronteiras...
Num mundo onde a ignorância e o sofrimento abrem chagas no coração humano, o chamado da espiritualidade ecoa em nós de forma a rasgar o véu do preconceito espiritual.
A seara, de extensão condizentes com as nossas necessidades de evolução, espera corações fortalecidas no propósito de servir sem distinções.
A humanidade desencarnada, despidas de dogmas e limitações, abre-se em realização plena em favor daqueles ainda presos a conceitos inibidores da alma.
Pretos-velhos, doutores, caboclos, pintores, filósofos, cientistas e uma gama infinita de companheiro, chegam a nós demonstrando a necessidade urgente de fazer algo, movimentando em nós mesmos, em favor do próximo, os recursos que promovam a libertação das criaturas.
Ao abrir as páginas desta obra, encontrará corações simples, anônimos, porém envoltos pela força da fé no Criador e sinceramente no coração, em fazer o bem pelo bem.

João Cobú
(PaiJoão)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

COMO TEMPERAR O AÇO







Lynell Waterman conta a história do ferreiro que, depois de uma juventude cheia de excessos, decidiu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas - apesar de toda a sua dedicação, nada parecia dar certo em sua vida.

Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.

Uma bela tarde, um amigo que o visitava - e que se compadecia de sua situação difícil - comentou:

- É realmente muito estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas, apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.

O ferreiro não respondeu imediatamente: ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida.

Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar - e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:

- Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado, e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito?

"Primeiro, eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que ela fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado, e aplico vários golpes, até que a peça adquira a forma desejada".

"Logo ela é mergulhada num balde de água fria, e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura".

"Tenho que repetir este processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente".

O ferreiro deu uma longa pausa, acendeu um cigarro, e continuou:

- Às vezes, o aço que chega às minhas mãos não consegue agüentar este tratamento. O calor, as marteladas, e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada.

"Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada da minha ferraria".

Mais uma pausa, e o ferreiro concluiu:

- Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: "Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser - mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas".

Fonte: Paulo Coelho (Contos do Alquimista)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saúda Xangô e São João Batista (Linha do Oriente)

Jornal Umbanda Branca



São João Batista era filho de Zacarias e de Isabel, ambos de estirpe sacerdotal. Sabemos pelas palavras do Anjo Gabriel, que João (cujo nome significa "Deus é propício") foi concebido aos dois cônjuges em idade avançada. Já vaticinado na Escritura como o percussor do Messias, João tinha o caráter forte de Elias. A sua missão de fato será semelhante "no espírito e no poder" aquela do profeta Elias, enviado para preparar5 "um povo perfeito" para o advento do Messias. A criança que vai nascer percebe a presença de Jesus "estremecendo de alegria" no ventre materno por ocasião da visita de Maria à prima Isabel. Enviado por Deus para "endireitar os caminhos do Senhor", foi santificado pela graça divina antes mesmo que seus olhos se abrissem à luz. "Eis - diz Isabel repleta do Espírito Santo, a Maria - quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre".

Conforme a cronologia sugerida pelo Anjo Gabriel (este é o sexto mês para Isabel), o nascimento do precursor foi fixado pela Igreja latina três meses após a Anunciação e seis meses antes do Natal. A celebração da Natividade do Batista é, com a do nascimento de Jesus e de Maria, a única festa litúrgica que a Igreja dedica ao nascimento de um santo. São João Batista é o primeiro santo venerado na Igreja universal com festa litúrgica particular, em data antiqüíssima. Santo Agostinho nos diz que o santo era comemorado a 24 de junho na Igreja africana.

A história da redenção de São João Batista está entre as personalidades mais singulares: é o último profeta e o primeiro apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. "É mais que profeta - disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti".

Xa= Senhor, dirigente

Angô= Raio, fogo, alma

XANGÔ= Senhor do Raio, Senhor das Almas ou Senhor Dirigente das Almas



São Jerônimo - Xângo Agodô = Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

São Pedro - Xângo Agajô = Protetor das Almas que entram no céu.

São João Batista - Xangô Kaô = Protetor dos que sofrem injustiças, Senhor Chefe das Falanges do Oriente. (Ori=Cabeça) Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.


Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos.



Essa confusão acontece por dois motivos:



em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano.



Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô.

No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África.

Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.

Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas.



Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.

Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres).



Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.

Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta.



Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.

Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.

Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.

Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.

Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.

No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.

Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Iemanjá como mãe.

Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado "sangue azul", o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.

Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.

A finalidade principal desta linha é fazer caridade, implantando a justiça e os sentimentos que lhe são entregues. Sua essência é ígnea, manifesta-se nas montanhas rochosas, pedreiras e energiza a estabilidade constante vibrando na musculatura e na razão.
É cultuado nas montanhas e pedreiras e aceita como oferenda cerveja preta, vinho branco doce, melão, abacaxi, rabada de boi e é firmado com velas brancas e marrons. Simbolizado pela cor marrom e figurativamente pelo desenho de um machado com dois cortes. Irradia justiça e racionalidade, flui resignação, obediência e submissão e seu oposto é Iansã.

Xangô exerce uma influêcia muito forte em seu filho. Todos os Orixás, evidentemente, são justos e transmitem este sentimento aos seus filhos.



Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.


O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria.



Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar.



É tímido no contato mas assume facilmente o poder do mando. É eterno conselheiro e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.

Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável. O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era branco à esquerda e preto à direita.

Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas; tinha também um saco de couro, pendurado no seu ombro esquerdo. Nele estavam os elementos do seu axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedrontar seus adversários, e as pedras de raio com as quais ele destruia as casas de seus inimigos.

Assim que ficou adulto, Xangô partiu em busca de aventuras gloriosas. O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, todos de Kossô vieram lhe pedir clemência, gritando: "Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô!" (vamos todos ver e saudar Xangô, o Rei de Kossô!).

Assim ele pôs-se à obra; realizava trabalhos úteis à comunidade e fazia as coisas com alma e dignidade. Mas esta vida calma não convinha à Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum.

Ogum o terrível guerreiro; Ogum o poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e tempestades. Ela ajudava Ogum na forja, carregando suas ferramentas e atiçando o fogo com os sopradores. Xangô gostava de ver Ogum trabalhar; vez por outra, ele olhava para Iansã. Iansã também olhava para Xangô.

Xangô era vaidoso e cuidava muito de sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos e furar suas orelhas, onde pendurava grandes argolas de ouro. Usava braceletes e colares de contas vermelhas e brancas.

Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã foi-se embora com ele tornando-se sua primeira mulher.

São Jerônimo, sincretizado com Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria.
Estudou em Roma, especializando-se na arte da oratória.

Como sua juventude fora dedicada à vida mundana, Jerônimo tardou seu batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.

Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado, durante a Quaresma, jejuou e teve visões, vendo-se diante do trono do Senhor.

Resolve dedicar-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, na Síria. Livros, penas e nanquim são seus companheiros.

Para combater a pensamentos impuros, pegava uma pedra e batia em seu peito, punindo-se, logo após voltava a escrever em hebraico, onde se tornou mestre nessa língua.

O sincretismo entre Xangô e São Jerônimo está no temperamento forte, crítico e na medida que ambos são conhecedores de leis e mandamentos. Xangô tem como lugar as pedreiras.

Sua imagem é representada por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado.

Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô.



O GRANDE AMOROSO


Xangô é um deus cotidiano e, portanto, itifálico. De início, vêmo-lo como divindade hermafrodita. Muitas efígies suas na África – imagens de madeira, tendo no alto da cabeça, destacado, o machado bifronte – mostram, também em destaque, os seios volumosos. E mesmo no Brasil, no sincretismo católico, Xangô é às vezes identificado com Santa Bárbara. Aos poucos, porém, ele vai se afirmando em sua orgulhosa virilidade. Altivo e dominador, elegante e cheio de sedução, usa cabelos encaracolados, brincos de argolas metálicas, colares e pulseiras.

Numa lenda contada por João do Rio, andava Xangô pelas aldeias, de tribo em tribo, apoderando-se das mulheres alheias. Encontrando a velha Olobá, Xangõ agarrou-a à força e depois foi com ela viver, numa cama feita de olentes folhas de manjericão. Até que, cansado da velha, Xangô fugiu. Mas Olobá pertencia à família dos orixás, era avó de Oxun. Por isso Xangô teve de enfrentar perigos incontáveis – um inimigo em cada canto, uma guerra em cada tribo, uma serpente em cada moita. Refugiou-se, por fim, no palácio da rainha Oxum, comparedes de cristal líquido e colossais repuxos de cores estranhas. Após inúmeras peripécias, Xangô consegue livrar-se dos seus inimigos e da velha Olobá.

Triunfalmente, ele se atira nos braços da rainha. "Uma nuvem gigantesca encheu os céus, as árvores partiram-se e, ao clangor dos trovões, toda a terra se embebeu sequiosa no temporal". Do enlace de Xangô e Oxum nasce a chuva benfazeja.

HETEROMORFIA E SINCRETISMO

Xangô é identificado com São Jerônimo, o erudito doutor da Igreja latina e, excepcionalmente, com Santa Bárbara.

No cancomblé, usa saiote e calça, coroa de cobre, metal precioso em Iorubá, braceletes e colares de cauris ou búzios.

Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas. Não come aceite, pois tem pacto com Oxalá. Identificado com SãoPedro. Forma cada vez mais rara nos candomblés.

Xangô de Ouro, um adolescente vestido de cores variadas, é São João Menino. Não "desce" mais, porque deixaram de ser encontradas as ervas necessárias, nos ritos de iniciação, para a "entrada na cabeça" desse orixá. Um Xangô banido pela destruição ecológica.

Xangô Ogodô dança com um ochê em cada mão e o próprio nome é referência ao machado duplo, pois ogodô significa "que corta dos dois lados".

Em Recife cultuam dois Xangôs principais: Xangô-Velho, identificado com São Jerônimo, cuja festa é a 30 de setembro, e Xangô-Moço (Ani-Xangô), sincretizado com Saõ João e celebrado a 24 de junho. Dos seus símbolos e insígnias, o machado duplo ou "muleta" e o pilão são conservados no peji, de onde podem sair em determinados rituais. Jamais é retirado, no entanto, o"corisco" ou itá ou otá (pedra-do-raio), que permanece guardado num alguidar (oberá). Xangô é tão popular em Pernambuco, que o nome passou a designar terreiros e, ainda mais extensamente, todas as seitas afro-brasileiras.

Entre as várias formas de Xangô citam Xangô Dadá, em Porto Alegre identificado com São João Batista e que no seu dia, 24 de junho, não "baixa" porque, com a queima de fogos que o festejam, ele iria incendiar o mundo.

Na realidade, Dadá é o irmão mais velho de Xangô, que abdicou em seu favor, quando de Oyá. Dadá dança coroado com o adé-de-banhami ou corão de Dadá, um capacete vermelho, todo ornamentado de cauris e de cujas bordas pendem fios também cobertos de búzios. Quando Dadá se manifesta num candomblé, logo baixo um Xangô, que tira o adé-de-banhami e coloca na própria cabeça. Após dançar algum tempo com essa coroa de Dadá, Xangô acaba por devolvê-la, num símbolo da restituição, após sete anos, do reino de Oyó, que estava em poder de Xangô.

Xangô o Zeus iorubano é conhecido também (dependendo da nação) como : Xangô (nagôs), Sobô, Sogbo (jejes), Badé, Quevioçô (fanti-ashanti), Conucon (tapa), Abaçucá (agrôno), Zaze, Cambãranguange ou Kubuco (bantos). Ele foi marido de três iyabás que foram rios africanos: Oiá (Niger), Oxun e Obá. (segundo Pierre Fatumbi Verger) – no livro Orixás.

Sua saudação – Kaô kabiecí! – significa "Venham ver o Rei!"

Xangô dança brandindo seu machado duplo e, quando o ritmo se acelera, faz o gesto de atirar pedras-do-raio imaginárias, tiradas do labá, uma bolsa decorada que ele leva a tiracolo.

Numa festa de Xangô, por vezes, os que estão possuídos pelo Orixá ingerem pedaços de algodão embebidos em azeite-de-dendê, que se incendeia, proeza que presenciamos algumas vezes no terreiro do pai-de-santo Júlio Estaves, em Olinda,RJ (Conta Pierre Verger, no livro citado). Esse algodão incandescente – o acará – serve para provar que o Orixá está presente e, portanto, não há simulação.

XANGÔ RECONDUZ OXALUFÃ AO REINO DE OXAGUIÃ

Mito famoso é aquele em que Oxalufã (Oxalufã, é o Oxalá velho) vai ao reino de Oyó, em visita a Xangô. Confundido com um ladrão pelos súditos do rei, Oxalá velho tem as pernas e os braços quebrados, permanecendo sete anos na prisão. Sobrevêm por isso várias desgraças, que levam Xangô a descobrir a causa e reparar a injustiça cometida. Xangô carrega Oxalufã até o seu reino de Infá, de onde partira sete anos atrás.

Esse mito etiológico explica a origem do odô e o porquê das duas cores de Xangô: além do vermelho, como senhor do fogo, recebeu também o branco, como recompensa por haver carregado Oxalufã, o Oxalá velho, orixá da alvura e da pureza.

O OBÔ – milho branco cozido, sem sal, a que algumas tribos africanas juntam limo-da-costa (ouri) – o Obô foi o prato de sustentação no banquete de Oxaguiã, festejando o regresso do seu velho pai, Oxaguiã. E é no pilão de Xangô (odô) que é triturado esse milho ritual, na cerimônia das águas de Oxalá.

EDUN ARÁ, A PEDRA-DO-RAIO

As pedras-do-raio – edun ará dos iorubanos – são fetiches de Xangô, imantados com a força da divindade.

Acredita-se que essa pedra-do-raio, também chamada pedra-de-santa-bárbara, cai do céu durante as tempestades, conduzida pelas faíscas elétricas, penetrando no chão a uma profundidade de sete braças e só subindo à superfície após sete anos.

Quem consegue encontrar uma dessas pedras terá em mãos talismã dos mais valiosos, que proporciona todas as venturas.

As pedras-do-raio são, na realidade, achados arquológicos da era neolítica – machados, martelos e fragmentos de artefatos de pedra polida, aos quais se atribuía uma origem meteorológica.

Divindade dos meteoritos, na litolatria de Xangô, observou Nina Rodrigues, "se confendem os casos de adoração dos penhacos e grandes pedras dos campos e estradas".

XANGÔ, O ZEUS YORUBANO
(Nota: Série de Palestras feitas pela Astróloga Maria Luiza Andrade)
XANGÔ é o senhor da justiça e lançador de raios e meteoritos, tal como ZEUS ou JÚPITER.

O símbolo a ele associado é o de dois martelos (os juizes na sociedade ocidental, também usam o martelo nas suas decisões, no tribunal), que mostram seu poder de determinar o que é certo e o que é errado e sua disposição inabalavelmente imparcial, visando, acima de tudo, a verdade. É uma figura sólida, tanto por esse papel como pelo elemento que a ele é associado: a pedra. Também a ele pertencem os raios, que, segundo as lendas, só atingem os que forem considerados por Xangô. Esta é a imagem a ele associada, onde se destacam também certa vaidade e elegância e uma grande consciência de si próprio. Seus filhos possuem a força magnética dos que sentem que têm poder sobre os outros – e geralmente alcançam o que querem.

Suas cores, no candomblé são o vermelho e o branco e seu dia a quarta-feira. O Xangô umbandista tem suas cores no marrom e amarelo-ouro, bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha, de preferência onde haja também uma cachoeira.

Na astrologia, Xangô tem relação com o elemento FOGO ou com planetas e Casas desse elemento – Marte e Júpiter e o Sol e Casas I (Marte/Áries), Casa V (Sol-Leão) e Casa IX (Júpiter-Sagitário).

XANGÔ é autoritário, o dono da última palavra (como são os jupiterianos, em geral), capaz de dar socos na mesa para dramatizar sua expressão e exibir força física e arrogância. É sensual, majestoso, sólido, líder, difícil de ser derrubado. Seu ponto fraco é o coração, o que nos levaria a relacioná-lo a JUPITER e SAGITÁRIO.

Os filhos de XANGÔ são pessoas totalmente voltadas para a sexualidade e o egocentrismo. A parte negativa está na crueldade, injustiça, alienação, violência e orgulho desmedido, além da ambição cega.
Assim como Zeus no Olimpo, o elemento de XANGÔ são as pedras, os raios; é o Senhor da Força e da Justiça. Por ser a força, XANGÔ é considerado dentro do OBÁ como rei
XANGÔ rege, portanto, os signos de LEÃO e SAGITÁRIO. Autoritário, dominador, é um líder nato, um guerreiro difícil de ser derrotado, características dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça, atributos de Júpiter. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde a Júpiter.

Os dias do ano em que é festejado: 25 de janeiro (Dia de São Paulo Apóstolo), 29 de junho (Badé)=Dia de São Pedro);dia 19 de março (Alafin=Dia de São José);dia 24 de junho (Afonjá= São João) e é claro, o dia 30 de setembro(Agodô=São Jerônimo). São-lhe sacrificados: carneiro, galo, cágado (ajapá). Sua comida é um caruru especial (amalá).
Atributos de Xangô: o machado duplo(oxê)e a pedra-do-raio (edun ará).

De acordo com a nação, Xangô recebe os seguintes nomes: Xangô(nagôs), Sobô, sogbo (jejes), Badé, Quevioçô (fanti-ashanti), Vonucon (tapa), Abaçucá (agrôno), Zaze, Cambãranguange ou Kibuco (bantos).

XANGÔ é associado ao deus grego ZEUS ou JÚPITER que, segundo dizem os poetas, é o pai dos deuses e dos homens, reinando no Olimpo, e com um movimento de sua cabeça, agitava o Universo.

Após uma batalha para destronar seu pai, e auxiliado por seu irmão NETUNO e PLUTÃO, JÚPITER recebeu dos Ciclopes (Titãs encarcerados no Tártaro, por ordem de seu pai Saturno) o trovão, o relâmpago e o raio; um capacete foi dado a Plutão e a Netuno um tridente. Com essas armas, os três irmãos venceram Saturno, expulsaram-no do trono e da sociedade dos deuses.

Depois do destronamento de Saturno, JÚPITER e seus irmãos repartiram os domínios daquele. A Júpiter coube a parte dos céus; a Netuno, o Oceano e a Plutão, os reinos da morte. A Terra e o Olimpo eram propriedades comum – Júpiter era o rei dos deuses e dos homens. O raio era sua arma e carregava um escudo chamado égide, feito para ele por Vulcano. A águia era sua ave favorita. Juno (Hera) foi sua esposa e era a rainha dos deuses. Íris, a deusa do arco-íris, era sua donzela e mensageira. O pavão real era seu pássaro favorito.

Na astronomia, assim como vemos no estudo do Orixá XANGÔ, e no deus Zeus, Júpiter é o maior planeta, capaz até de projetar sombra na Terra.

Segundo o mito, Júpiter é o pai Abraão, Brahma, Jeovah. O Sol é o poder espiritual e Júpiter é o pode temporal.



Para os egípcios, era AMON, deus de Tebas, no Alto Egito.

O deus invisível que animava todas as coisas e acompanhava as guerra imperiais; o intrépido e insensato, mas o corajoso.

Os nomes Abraão e Brahma derivam do sânscrito e significam: luz.

Na Índia era também Vishnu, o preservador. Para os gregos era ZEUS, o grande deus que reinava no Olimpo, a montanha sagrada. Carregava um raio em sua mão e era o Todo-Poderoso, o onipotente. Mas um deus acessível, com defeitos humanos como a luxuria, e o furor. Teve vários amores e filhos. Seus atributos também eram a chuva, as nuvens, os raios e os trovões. Presidia toda a família divina.
SAGITÁRIO, signo regido pelo planeta Júpiter, mostra características de seus filhos, tão semelhantes as dos filhos de Xangô, com um temperamento ativo, expansivo e egocêntrico, são pessoas desprendidas, generosas, enérgicas e combativas; possuem um temperamento impulsivo, ambicionam posição e poder, além de serem caridosos com os infelizes e oprimidos.

Quem tem a proteção de Xangô sabe: não há nada nem ninguém que destrua um filho desse orixá. Podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito aberto.

Sem medo. Essa é uma característica herdada do pai, Xangô, entidade mais forte Candomblé brasileiro. São dele a força, o poder e a capacidade de fazer e desfazer
todas as coisas. Mas ele não age sem uma boa razão: Xangô tem um senso de justiça muito acentuado. Exige exclusividade, mas nunca consegue resistir a uma
aventurazinha. Segue os passos do pai, marido de muitas esposas, das quais as prediletas são a dengosa Oxum e a guerreira Iansã - esta, a parceira ideal, pois o
acompanha a todas as frentes de batalha, luta sempre ao seu lado, ajudando-o a derrotar os inimigos.

São essas as características que os filhos de Xangô exigem dos parceiros.

Ousados e cheios de iniciativa, quando se apaixonam, fazem o impossível para conquistar o ser amado. São diretos, sem rodeios, vão logo ao que interessa.

Atrevidísssimos, não descansam enquanto não conseguem o que querem. E adoram variar as relações amorosas.

Xangô é o próprio Fogo, energia inesgotável, devastadora. Ninguém fica imune ou indiferente à sua passagem. Não há como ignorar a pompa e a altivez desse integrante da alta aristocracia africana que um dia, encurralado pelas lutas em torno do poder,
acabou se suicidando em plena selva. Preferiu a morte a perder a dignidade. Além disso, Xangô nunca suportou disputas pelo poder.

Tem consciência de que só ele possui as qualidades necessárias para exercê-lo com vigor e justiça. Porque não conhece o significado das palavras obediência, submissão e medo.

Valente e protetor, ele foi rei de Oió, e fundou uma dinastia de heróis lutadores.
Orixá da Justiça e do Fogo, Xangô é o quarto Alafin de Oió, e viveu em 1450 A.C.,
destacando-se pela sua valentia e liderança. Foi marido de Oxum, Obá e Oiá (Iansã).

Ele é filho de Oranyian, e tem Yamasse como sua mãe. Castiga mentirosos, infratores e ladrões. Por isso a morte pelo raio é considerada infamante, assim como uma casa atingida por uma descarga elétrica é tida como marcada pela ira de Xangô.

O xeré é um chocalho feito de cabaça alongada, que quando agitado lembra o barulho da chuva. Ele é um dos símbolos de Xangô.

Garboso, Xangô é conhecido também como o "dono das mulheres", mas mesmo assim frequentemente seus filhos do sexo masculino terminam a vida solitários. Um dos mais populares Orixás do Novo Mundo (não somente no Brasil, mas também nas Antilhas), seu arquétipo pode ser resumido assim: pessoa voluntariosa, altiva, mas que não tolera ser contrariada. Geralmente, imbuída de um profundo sentido de justiça e sinceridade, sendo bem consciente de sua própria dignidade e valor.

CARACTERÍSTICAS

Cor
Marrom (branco e vermelho)

Fio de Contas
Marrom leitosa

Ervas
Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)

Símbolo
Machado

Pontos da Natureza
Pedreira

Flores
Cravos Vermelhos e brancos

Essências
Cravo (flor)

Pedras
Meteorito, pirita, jaspe.

Metal
Estanho

Saúde
fígado e vesícula

Planeta
Júpiter

Dia da Semana
Quarta-Feira

Elemento
Fogo

Chacra
Cardíaco

Saudação
Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)

Bebida
Cerveja Preta

Animais
Tartaruga, Carneiro

Comidas
Agebô, Amalá

Numero
12

Data Comemorativa
24 de junho e 30 de Setembro

Sincretismo:
São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.

Incompatibilidades:
Caranguejo, Doenças

Qualidades:
Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile, Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim


ATRIBUIÇÕES

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE XANGÔ

Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.

Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;

A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas - tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.

Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida.

São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.

Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião.

Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.

Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.

Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.

TENDÊNCIA PROFISSIONAL
Advogados, religiosos, mecânicos, dentistas, cabeleireiros, médicos, enfermeiros

SÃO AS SEGUINTES AS FALANGES DE XANGÔ:

1. Falange de Iansã - chefiada por Santa Bárbara
2. Falange do Caboclo do Sol e da Lua - chefiada pela mesma entidade
3. Falange do Caboclo dos Ventos - chefiada pela mesma entidade
4. Falange do Caboclo das Cachoeiras - chefiada pela mesma entidade
5. Falange do Caboclo Treme-Terra - chefiada pela mesma entidade
6. Falange do Caboclo da Pedra Branca - chefiada pela mesma entidade
7. Falange dos Pretos Velhos - chefiada por Quenguelê.

SÃO AS SEGUINTES AS LEGIÕES DE XANGÔ:

1. Legião do Caboclo Ventania
2. Legião do Caboclo das Cachoeiras
3. Legião do Caboclo 7 Montanhas
4. Legião do Caboclo Pedra Branca
5. Legião do Caboclo Cobra Coral
6. Povo de Quenguelê

COZINHA RITUALÍSTICA

Caruru

Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer. Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto. Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Ajebô

Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada

Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.

LENDAS DE XANGÔ

A Justiça de Xangô

Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.

- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!

E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.

A Lenda da Riqueza de Obará

Eram dezesseis irmãos, Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odí, Edjioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Edjilaxebora, Ogilaban, Iká, Obetagunda, Alafia e Obará. Entre todos Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.

Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas, e prontamente o babalaô perguntou: Onde está o irmão mais pobre? Os outros irmão disseram-lhe que avia se adoentado e não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas de coração e após a consulta foram todos a caminho de casa. Enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô, Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras? .

A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto, resolveram então passar a noite lá. Chegando a casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos, Obará pediu a esposa que preparasse comida e bebida a todos, e acabaram com tudo o que havia para comer na casa. O dia raiando os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presente, pois se negavam a come-las.

Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo. Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.

Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por tempos de miséria, e foram ao Babalaô para tentar resolver a situação, ao chegar lá escutaram a multidão saldando um príncipe em seu cavalo branco e muitos servos em sua comitiva entrando na cidade, quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível e ele respondeu: Lembram-se das abóboras que vos dei, dentro haviam riquezas em pedras e ouro mas a vaidade e orgulho não vos deixaram ver e hoje quem era o mais pobre tornou-se o mais rico.

Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem as Abóboras e Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas e disse: Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão. E quando o babalaô em visita ao palácio de Obará lhe disse: Enquanto não revelares o que tens, tu sempre terás. E foi assim que se explica o motivo que quem carrega este Odú não pode revelar o que tem pois corre o risco de perder tudo, como os irmãos de Obará.

ORAÇÕES E PRECES

PRECE PARA XANGÔ

Oh! Senhor dos Trovões. Pai da Justiça e da retidão. Orixá que abençoa os injustiçados e castiga os mentirosos e caluniadores. Defenda, meu Senhor, minha casa, minha família dos inimigos ocultos, dos ladrões e dos mentirosos.
Oh! Xangô rogo-te as vibrações de amor e misericórdia, Pai da dinastia humana, livra-me de todo escândalo.
KAÔ CABECILE!

ORAÇÃO PARA XANGÔ

Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

ORAÇÃO A XANGÔ

Bondoso São Jerônimo, o vosso nome Xangô, nos terreiros de Umbanda, desperta as mais puras vibrações. Protegei-nos, Xangô, contra os fluidos grosseiros dos espíritos malfazejos,
amparai-nos nos momentos de aflição, afastai de nossa pessoa todos os males que forem
provocados pelos trabalhos de magia negra.
Rogamo-vos, também, São Jerônimo, usar de nossa influência caridosa junto às mentes daqueles que por ambição, ignorância ou maldade, praticam o mal contra os seus irmãos empregando as forças elementais e astrais inferiores. Iluminai a mente desses irmãos, Afastando-os do erro e conduzindo-os à prática do bem.
Assim Seja!
Kaô Cabecilê

PRECE A XANGÔ

Senhor de Oyó. Pai justiceiro e dos incautos. Protetor da fé e da harmonia. Kaô Cabecile do Trovão. Kaô Cabecile da Justiça. Kaô Cabecile, meu Pai Xangô. Morador no alto da pedreira. Dono de nossos destinos. Livrai-nos de todos os males. De todos os inimigos visíveis e invisíveis. Hoje e sempre, Kaô meu Pai.

PONTOS CANTADOS PARA OUVIR:

http://umbandacantada.blogspot.com/2007/11/pontos-de-xang.html



LETRAS DE PONTOS CANTADOS:

É Xangô o rei de lá da pedreira
É Oxum, rainha da cachoeira >
Xangô é rei, Xangô é rei Orixá
Escreve lei pros filhos de Oxalá


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Ele vem de Aruanda
Ele vem trabalhar
Ele vence demanda
Ele é seu Pangará
Kaô, kaô, kaô, kaô
A justiça chegou, Xangô
Ele vem de Aruanda
Ele vem trabalhar
Ele vence demanda
Ele é seu Airá
Kaô, kaô, kaô, kaô
A justiça chegou, Xangô

============================================

Escureceu, a noite chegou >
Firma ponto na pedreira, saravá Xangô >
Saravá Xangô, saravá Xangô

============================================

Lá em cima daquela pedreira
Tem um livro que é de Xangô >
Kaô, kaô
Kaô é kabecile é de Xangô >

============================================

Machadinha de cabo de ouro
De ouro, de ouro
Machadinha de cabo de ouro
É machadinha de Xangô

============================================

Meu pai Xangô
Deixa essa pedreira aí >
A Umbanda está lhe chamando
Deixa essa pedreira aí >

============================================

Na beira do Cariri
Eu vi Xangô sentado
Yemanjá e Oxum
E Santa Bárbara de lado
Na beira do Cariri

============================================

Pedra rolou, Pai Xangô, lá na pedreira
Segura o ponto, meu Pai, na cachoeira
Tenho o meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Firma esse ponto, meu filho
Pai de cabeça chegou

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Quem rola pedra na pedreira é Xangô >
Vivô a coroa de Zambi 2>
Vivô a coroa de Zambi é maio

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Subi na pedreira, subi
Uma pedra rolou no corisco de Xangô
Dizem que Xangô mora na pedreira
Mas não é lá sua morada verdadeira >
Xangô mora na cidade de Luz
Aonde está Maria e o Menino Jesus
Dizem que Xangô mora na pedreira
Mas não é lá sua morada verdadeira >

============================================

Xangô chegou na terra
Xangô girou na Umbanda
Com seu grito de guerra
Xangô venceu demanda

============================================

Xangô é corisco
Nasceu na trovoada >
Trabalha na pedreira
Acorda na madrugada >
Longe, tão longe
Aonde o sol raiou >
Saravá Umbanda
Oi, saravá Xangô >

============================================

Xangô mostrai a força que vós tendes >
Xangô é o rei da justiça
E não engana ninguém
Xangô Kaô, Xangô Agodô 3>

============================================

Xangô, Xangô, meu pai Xangô
Xangô mora na pedreira
Quem mandou relampejar
Kaô kabecile obá, Xangô
Saravá Xangô 3>

============================================

Deixei meu filho em cima da pedreira
E de repente ele escorregou
Me ajoelhei e olhei pra baixo
Estava nos braços de meu pai Xangô

============================================

Xangô, meu pai, atende essa romaria >
Dos filhos que vem de longe
E não podem vir outro dia >

============================================

Estava olhando a pedreira uma pedra rolou >
Com a licença de Zambi vou saravá meu Pai Xangô >
Quem foi que disse que eu não sou filho de Xangô >
Se me atiram uma pedra ele faz dessa pedra uma flor >
São tantas flores de justiça e proteção >
Sou filho de Pai Xangô ninguém me joga no chão >
Oh! Quantas flores já plantei no meu jardim >
Cada pedra atirada era mais uma flor para mim >
Pontos de Subida
Xangô já vai
Já vai pra Aruanda >
A bênção meu pai
Proteção pra nossa banda >

============================================

Já volteei lá na pedreira
E Xangô disse que sim
Quem tem Santo de Caboclo
Tá na hora de subir

Recebemos este e-mail de Cláudia Rinvenuto.

Reenviado por Sandro C.Mattos – Jornal Umbanda Branca

Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções

Proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas a 25 de novembro de 1981 - Resolução 36/55.

A Assembléia Geral,

Considerando que um dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas é o da dignidade e o da igualdade própria a todos os seres humanos, e que todos os Estados membros se comprometeram em tomar todas as medidas conjuntas e separadamente, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, para promover e estimular o respeito universal e efetivo dos direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos, sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião.

Considerando que na Declaração Universal de Direitos Humanos e nos Pactos Internacionais de Direitos Humanos são proclamados os princípios de não discriminação e de igualdade diante da lei e o direito à liberdade de pensamento, de consciência, de religião ou de convicções.

Considerando que o desprezo e a violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, em particular o direito a liberdade de pensamento, de consciência, de religião ou de qualquer convicção, causam direta ou indiretamente guerras e grandes sofrimentos à humanidade, especialmente nos casos em que sirvam de meio de intromissão estrangeira nos assuntos internos de outros Estados, e são o mesmo que instigar o ódio entre os povos e as nações.

Considerando que a religião ou as convicções, para quem as profere, constituem um dos elementos fundamentais em sua concepção de vida e que, portanto, a liberdade de religião ou de convicções deve ser integralmente respeitada e garantida.

Considerando que é essencial promover a compreensão, a tolerância e o respeito às questões relacionadas com a liberdade de religião e de convicções e assegurar que não seja aceito o uso da religião ou das convicções com fins incompatíveis com os da Carta, com outros instrumentos pertinentes das Nações Unidas e com os propósitos e princípios da presente Declaração.

Convencida de que a liberdade de religião ou de convicções deve contribuir também para a realização dos objetivos da paz mundial, justiça social e amizade entre os povos, e à eliminação das ideologias ou práticas do colonialismo e da discriminação racial.

Tomando nota com satisfação de que, com os auspícios das Nações Unidas e dos organismos especializados, foram aprovadas várias convenções, e de que algumas delas já entraram em vigor para a eliminação de diversas formas de discriminação.

Preocupada com as manifestações de intolerância e pela existência de discriminação nas esferas da religião ou das convicções que ainda existem em alguns lugares do mundo.

Decidida a adotar todas as medidas necessárias para a rápida eliminação de tal intolerância em todas as suas formas e manifestações e para prevenir e combater a discriminação por motivos de religião ou de convicções.

Proclama a presente Declaração sobre a eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação fundadas na religião ou nas convicções:

Artigo 1º

§1. Toda pessoa tem o direito de liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito inclui a liberdade de ter uma religião ou qualquer convicção a sua escolha, assim como a liberdade de manifestar sua religião ou suas convicções individuais ou coletivamente, tanto em público como em privado, mediante o culto, a observância, a prática e o ensino.

§2. Ninguém será objeto de coação capaz de limitar a sua liberdade de ter uma religião ou convicções de sua escolha.

§3. A liberdade de manifestar a própria religião ou as próprias convicções estará sujeita unicamente às limitações prescritas na lei e que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública ou os direitos e liberdades fundamentais dos demais.

Artigo 2º

§1. Ninguém será objeto de discriminação por motivos de religião ou convicções por parte de nenhum Estado, instituição, grupo de pessoas ou particulares.

§2. Aos efeitos da presente declaração, entende-se por " intolerância e discriminação baseadas na religião ou nas convicções" toda a distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na religião ou nas convicções e cujo fim ou efeito seja a abolição ou o fim do reconhecimento, o gozo e o exercício em igualdade dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

Artigo 3º

A discriminação entre os seres humanos por motivos de religião ou de convicções constitui uma ofensa à dignidade humana e uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser condenada como uma violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais proclamados na Declaração Universal de Direitos Humanos e enunciados detalhadamente nos Pactos internacionais de direitos humanos, e como um obstáculo para as relações amistosas e pacíficas entre as nações.

Artigo 4º

§1. Todos os Estados adotarão medidas eficazes para prevenir e eliminar toda discriminação por motivos de religião ou convicções, no reconhecimento, do exercício e do gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais em todas as esferas da vida civil, econômica, política, social e cultural.

§2. Todos os Estados farão todos os esforços necessários para promulgar ou derrogar leis, segundo seja o caso, a fim de proibir toda discriminação deste tipo e por tomar as medidas adequadas para combater a intolerância por motivos ou convicções na matéria.

Artigo 5º

§1. Os pais, ou no caso os tutores legais de uma criança terão o direito de organizar sua vida familiar conforme sua religião ou suas convicções e devem levar em conta a educação moral em que acreditem e queiram educar suas crianças.

§2. Toda criança gozará do direito de ter acesso à educação em matéria de religião ou convicções conforme seus desejos ou, no caso, seus tutores legais, e não lhes será obrigado a instrução em uma religião ou convicções contra o desejo de seus pais ou tutores legais, servindo de princípio essencial o interesse superior da criança.

§3. A criança estará protegida de qualquer forma de discriminação por motivos de religião ou convicções. Ela será educada em um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universal, respeito à liberdade de religião ou de convicções dos demais e em plena consciência de que sua energia e seus talentos devem dedicar-se ao serviço da humanidade.

§4. Quando uma criança não esteja sob a tutela de seus pais nem de seus tutores legais, serão levados em consideração os desejos expressos por eles ou qualquer outra prova que se tenha obtido de seus desejos em matéria de religião ou de convicções, servindo de princípio orientador o interesse superior da criança.

§5. A prática da religião ou convicções em que se educa uma criança não deverá prejudicar sua saúde física ou mental nem seu desenvolvimento integral, levando em conta o "§3 do artigo 1º" da presente Declaração.

Artigo 6º

Conforme o "artigo 1º" da presente Declaração e sem prejuízo do disposto no "§3 do artigo 1º", o direito à liberdade de pensamento, de consciência, de religião ou de convicções compreenderá especialmente as seguintes liberdades:


a) A de praticar o culto e o de celebrar reuniões sobre a religião ou as convicções, e de fundar e manter lugares para esses fins.

b) A de fundar e manter instituições de beneficência ou humanitárias adequadas.

c) A de confeccionar, adquirir e utilizar em quantidade suficiente os artigos e materiais necessários para os ritos e costumes de uma religião ou convicção.

d) A de escrever, publicar e difundir publicações pertinentes a essas esferas.

e) A de ensinar a religião ou as convicções em lugares aptos para esses fins.

f) A de solicitar e receber contribuições voluntárias financeiras e de outro tipo de particulares e instituições;

g) A de capacitar, nomear, eleger e designar por sucessão os dirigentes que correspondam segundo as necessidades e normas de qualquer religião ou convicção.

h) A de observar dias de descanso e de comemorar festividades e cerimônias de acordo com os preceitos de uma religião ou convicção.

i) A de estabelecer e manter comunicações com indivíduos e comunidades sobre questões de religião ou convicções no âmbito nacional ou internacional.

Artigo 7º

Os direitos e liberdades enunciados na presente Declaração serão concedidos na legislação nacional de modo tal que todos possam desfrutar deles na prática.

Artigo 8º

Nado do que está disposto na presente declaração será entendido de forma que restrinja ou derrogue algum dos direitos definidos na Declaração Universal de Direitos Humanos e nos Pactos Internacionais de Direitos Humanos.

sábado, 20 de junho de 2009

Pastor e integrante de igreja são presos

Pastor e integrante de igreja são presos suspeitos de intolerância religiosa
Os dois seriam responsáveis pela exibição de vídeo contra pais de santo.
Segundo polícia, essas são as primeiras prisões para esse tipo de crime.

Esse meio de comunicação assim como todos os outros que disponho estão a disposição para divulgar o que a Umbanda e seus filhos Umbandistas estão buscando que é a Justiça de Xângo que Zambi tenha dó desse filhos um dia entederam a verdadeira forma Caridade

Pai Charles D'Oxossi

Comunidade de Umbanda S. Sebastião



quarta-feira, 17 de junho de 2009

ZÉ PILINTRA MAGIA DO AXÉ






Qualquer um que se aventure a traçar a trajetória de um mito, certamente descobrirá que em torno dele existe um sem números de histórias, muitas delas inverossímeis, entretanto, impossíveis de refutação. O mito sempre se confunde com a realidade e, deste modo, ninguém pode contrariar a fé dos crentes, sob pena de alienar-se do mundo vibrante e mágico que envolve as crenças populares.
Sobre o Zé Pilintra, existem várias histórias contadas de boca em boca, tão cheias de ousadia e mistério quanto as de outros mitos nordestinos tais como o cangaceiro Lampião e sua parceira Maria Bonita; o bandido Cabeleira; o cangaceiro Corisco e tantos outros.
Todos que conhecem ou ouviram falar de Zé Pilintra concordam ao menos em um ponto: ele era um pernambucano “cabra-da-peste” que não levava desaforo pra casa, frequentava os cabarés da cidade de Recife, defendia as prostitutas, gostava de música, fumava cigarros de boa qualidade e aprecisava a bebida.
Contam que nasceu no povoado de Bodocó, sertão pernambucano próximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, à qual segundo o próprio Zé Pilintra quando se manifestava numa mesa de catimbó, foi batizada com este nome em homenagem, já que sua família era daquela região antes mesmo de se tornar cidade.
Fugindo da terrível seca de meados do século passado, a família de José dos Santos rumou para a Capital Recife em busca de uma vida melhor, mas o destino lhe roubou a mãe, antes mesmo que o menino completasse 3 anos e, logo a seguir se pai morreu de tuberculose . José dos Anjos ficou orfão e teve que enfrentar o mundo juntamente com seus quatro irmão menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-lhe respeito no meio da malandragem. Não apartava nunca de uma peixeira de seis polegadas de aço puro que ganhara de um marinheiro inglês com o qual fizera amizade.
Conta-se que, certa vez, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar cinco policiais numa briga no cabará da Jovelina, no bairro de Casa Amarela.
Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-lhe o nariz e parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles o atingiu. Diziam que ele tinha o corpo fechado.
Naquele mesmo evento, Zezinho conseguiu desvencilhar-se dos soldados, ferindo-os gravemente, um dos quais veio a falecer dias depois. Antes que chegassem reforços, Zezinho já tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote. Contava ele, naquela ocasião com 19 anos de idade e por este fato passou a se chamar Zé Pilintra Valentão. Este apelido foi dado pelos próprios soldados da polícia pernambucana. Pelintra significa pilantra, malandro, janota etc.
Tempos depois de sair do esconderijo, Zezinho agora apelidado de Zé Pelintra Valentão, passou a fazer fama na cidade de Recife. Embora fosse querido por todos que o conheciam, não perdia uma briga e sempre saía vitorioso.
Gigolô inveterado, tinha mais de vinte amantes espalhadas pela cidade, das quais obtinha dinheiro para sua vida boêmia. Sempre vestido em impecáveis ternos de linho branco, camisas de cambraia adornadas por uma gravata de seda vermelha e um lenço branco na algibeira do paletó; na cabeça um chapéu panamá e os sapatos de duas cores compunham-lhe o tipo. Não raro poder-se-ia encontrá-lo sobraçando um violão pequenino, indo ou vindo das serestas, dos cabarés e botequins que frequentava. Nunca lhe faltava dinheiro no bolso, nem amigos para mais um trago.
Aos domingos, todos podiam ver Zé Pelintra Valentão entrando na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro de Recife, para fazer suas orações. Dizia-se também devoto de Santo Antônio, lá estava o Zé Pelintra Valentão, impecável com seu terno de casimira, pronto para a procissão pela Avenida Conde da Boa Vista.
A morte de Zé Pelintra Valentão ocorreu misteriosamente. Conta-se que aos 41 anos, ainda muito moço, Zé amanheceu morto, sem nenhum vestígio de ferimento externo. Soube-se, entretanto, que Zulmira, uma das suas amantes, tinha feito um “trabalho” para ele. Tinha um filho, que Zé Pelintra recusava registrar como dele. Zulmira tinha um ciúme doentio de Zé Pelintra, e por causa dela ele já estivera envolvido em muitas brigas e confusões. Ela queria Zé Pelintra só pra si. Assim, contam que lhe dera um prazo de sete semanas para que ele deixasse as outras amantes e fosse para a sua casa no bairro de Tamarineira. Zé Pelintra não foi e acabou sendo envenenado. Zulmira, depois da morte dele, sumiu de Recife e nunca mais se soube dela nem do filho.

terça-feira, 16 de junho de 2009

os amacis


TEXTO DE MAIO
ESPAÇO DO ERVEIRO



Por Adriano Camargo



Como prometido, continuamos o tema do mês passado – os amacis (Confira abaixo o texto anterior).

Então, como dizíamos, não se usa um amaci apenas “por usar”... é importante que se estabeleça um objetivo claro para o preparo. Vamos citar alguns desses objetivos, mas não são os únicos, pois pode haver uma infinidade de motivos e formas de se preparar um amaci:



Amaci de preparação para apresentação – muito comum na Umbanda da atualidade, esse amaci consiste em folhas, cascas, sementes, frutos, etc, maceradas (quinadas, amassadas, trituradas), preparadas, caso sejam pelo próprio dirigente, com antecedência e deixadas na frente do conga, em iluminação de velas nas cores do Orixá regente da vibração. É usado nos cultos e giras coletivas, onde todos serão apresentados, em sua mediunidade, à vibração daquele Orixá. Normalmente é colocado no ori o qual é protegido com um pano branco ou uma cobertura adequada.

Nota – percebo ainda hoje, mesmo sendo aben­çoados com tantas informações, muitos irmãos ques­tionam o uso dos amacis coletivos, encarando de forma que essa energia pode ser incompatível com a sua vibração original ou a vibração de seu Orixá de cabeça.

Muito bem, entendendo que tudo na criação é vida e vibração, cada elemento vibra de acordo com uma nota (força) da criação, então cada erva tem seu (seus) Orixás, assim como as frutas flores, animais e tudo o mais. Sendo assim, teríamos que identificar o Orixá de cada ser vivente para que ele se alimentasse, vestisse, convivesse apenas com elementos compatíveis com sua vibração original.

Sabemos que isso é impossível, portanto não há nada de aberrante em se usar um amaci coletivo, na vibração específica de um Pai ou Mãe Orixá que não seja uma vibração direta de seu triângulo vibratório (Orixás Ancestral, Frente e Juntó).

Assim como não há nada de aberrante em usar algum elemento na cabeça, desde que você não esteja envolvido religiosamente em um contexto que não permita esse ato.



Amaci individual de iniciação – esse é o mais comum, preparado especificamente para o fim da iniciação individual, será determinado pelo guia chefe do próprio médium ou pelo dirigente (ou Guia Dirigente do terreiro). A forma com que será iluminado, cores, numero de velas, etc, será também definido por eles.

Normalmente são feitos com antecedência do ato iniciatório e poderá ser usado por dias anteriores ao momento da iniciação.



Amacis específicos – assim como os individuais, podem ser determinados pelos guias como forma de atuar com muito mais intensidade do que um banho. Por exemplo, peguemos um caso de atuação negativa, causando reações orgânicas que levam a geração de doenças físicas. Num exemplo como esse, podemos recomendar um amaci de limpeza, usado por um, três, cinco ou até sete dias, todos os dias antes de dor­mir a pessoa colocará esse preparo no chacra coronário e eventualmente em algum outro chacra ou parte do corpo onde está localizada a ação negativa e o reflexo da doença, envolvendo com um tecido branco ou colorido de acordo com a necessidade.

Dentro de um terreiro, é muito positivo o preparo dos amacis por todos. Juntar os médiuns em reunião es­pe­cífica para isso, com um bom conjunto de ervas e líquidos (bebidas rituais, essências, etc.) Podemos usar ervas secas ou frescas para os amacis. Se for usar preparos prontos, use somente os de ervas escolhidas para aquela vi­bração e nunca os líquidos prontos, que prezam pela facilidade mas nunca pela competência vibratória.

Pegue as ervas, triture-as de preferência com as próprias mãos, já em uma bacia ou recipiente apropriado (se puder, use recipientes metálicos ou de vidro). Adicione água mineral, que pode ser usada para todos os preparos, de todos os Orixás e para todos os motivos. Triture um pouco mais com as mãos e adicione os líquidos necessários, e por último as pétalas de flores, se forem usadas.

Deixe repousar por algum tempo, que pode variar de acordo com a necessidade do preparo. É muito positivo iluminar esse amaci em um circulo com sete velas acesas, que seguem as cores do Orixá regente

Por experiência própria, posso recomendar que em todos os amacis, de qualquer Orixá, sempre esteja presente pelo menos uma erva de Pai Oxalá. Entendemos que esse amado Pai está presente em toda a criação e a atuação de suas ervas reflete um caráter “formador, condensador, magnetizador” mesmo.

É isso turminha, benção de Papais e Mamães Orixás em nossa vida !

Sucesso e muita saúde a todos!



EGUNITÁ é a Orixá Cósmica apli­cadora da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados. Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres de­sequilibrados, desvirtuados e viciados.



Orixá: Egunitá Elemento: Fogo

Sentido Divino: Justiça

Fator principal: Consumir, purificar, energizar

Atribuição: Purificar o emocional humano

Ervas Quentes: Arruda, buchinha do norte, cânfo-ra, eucalipto, jurema preta, urucum fumo (tabaco), pára raio, tiririca, comigo ninguém pode, limão.

Verbos atuantes nas ervas quentes: Queimar, consumir, aquecer, fundidor, fusor.

Ervas Mornas: Açafrão Raiz, Alfavaca, Arnica do Ma­to, Ca­lêndula Flor, Canela, Arte­mísia, Carapiá Raiz, Chapéu de Cou­ro, Cipó São João , Erva de Sta Maria – Mentruz, Girassol - Semente c/ casca, Guaraná Semente, Imburana Semente, Incenso Resina, Laranja Amarga Casca Fruto, Laranjeira Folha, Louro.

Verbos atuantes nas ervas mornas: Energizar, inflamar, excitar, estimular.

Flores: girassol, begônia, flores do campo

Portais de cura: calcita laranja, rodelas de limão cravo, velas laranja e vermelhas, carvão, azeite de dendê.

Frutas e alimentos: moranga, morango, frutas vermelhas e frutas cítricas – limão cravo, mexerica, laranja, etc.

Banho / Amaci – purificador ou cura: arruda, eucalipto, tabaco, para raio, folhas de limão, aroeira, jurema preta, folhas de gengibre, açafrão (cúrcuma), cebolinha

Banho / Amaci – apresentação, gira ou iniciação: calêndula, santa maria, artemísia, flor de girassol, imburana, louro, laranjeira

Firmeza à esquerda: carvão, pimentas de todo tipo, tijolos de forno antigo, peças de caldeiraria.








TEXTO DE ABRIL ABAIXO



ESPAÇO DO ERVEIRO



POR ADRIANO CAMARGO



Salve sagrado leitor e amigo. Irmãos e irmãs em Mamãe Natureza. Aqui não inventamos nada. Seguimos apenas a lógica da Criação Divina e a interpretamos conforme nosso ponto de vista, que é baseado em vivência, experimen­ta­ção, propósito - que nunca deixou de ser o de levar conhecimento simples e objetivo.

Digo isso, pois sempre vemos muitos oportu­nistas, que são movidos unicamente pelo seu sen­so de oportunidade e autopiedade, pois invariavel­mente se colocam como vítimas de tudo e de todos, enfim, vemos esses seres desprovidos de amor próprio, se apropriando de trabalhos alheios e di­­vul­gando-os como se fossem seus, ou como se o seu parco conhecimento fosse algo divino/exclu­sivo.

Pobres de espírito, pois a Lei a tudo vê, e se per­mite que isso aconteça é para que se enrolem cada vez mais em suas línguas ferinas e aumentem seus débitos com a natureza.

A (Mãe) Natureza é Divina. É Sagrada. Inclu­sive a natureza humana, que é uma natureza do bem. Ou o ser humano está no bem, ou ele não entendeu nada ainda...

Colocar-se ao seu propósito de ser útil ao se­melhante é a melhor forma de ser útil a si mesmo. Já disse Mestre Cristo: “Amai-vos uns aos outros; amai ao próximo – como a ti mesmo; e a Deus Criador sobre todas as coisas.”

Pois é... amar a natureza humana, compre­ender com o mínimo julgamento, (pois absoluta­men­te sem julgar não seria humano).

Já falamos aqui anteriormente sobre os ama­cis, mas é um assunto sempre pertinente, e vale repeti-lo oportunamente.

Chamados de amacis, as águas de lavagem de cabeça tem várias funções dentro dos rituais afro-religiosos e seus descendentes litúrgicos como a Umbanda.

Como o nome já diz, “água de lavagem de ca­beça, ou água para o ori”, preparados especial­mente para o uso na cabeça, no chacra coronário.

Dentro da Umbanda, o consagrado uso dos banhos, tomados em reservado, cada um em suas próprias casas, após seu banho normal, utilizando-se para isso ervas e outros elementos, serve como forma de trazer para o campo astral individual as vibrações, sejam dos Orixás, ou vibrações espe­cíficas desencadeadoras de ações (verbos) que acen­tuam nos campos vibratórios naturais huma­nos a força dessa ação.

Os banhos não requerem um conhecimento tão profundo, tanto que são recomendados pelos próprios guias para que sejam usados pelos consu­lentes em suas casas, como já dissemos.

A forma de uso segue o padrão que a entidade (guia) achar necessário, ou que a própria pessoa e suas convicções acreditem ser o necessário: fervido ou não fervido; da cabeça aos pés ou do pescoço para baixo, etc...

Já os chamados “amacis”, tem funções literal­mente específicas e seguem um padrão religioso-doutrinário próprio de cada casa, dirigente, propó­sito, enfim, há centenas, ou quem sabe até milha­res de formas e objetivos para se preparar um amaci. Os amacis podem ser coletivos ou indivi­duais e o que vai determinar isso é exatamente o que citamos acima: o propósito e a convicção de quem o está preparando e quem irá recebê-lo.

Vale lembrar também que é uma questão de respeito e confiança receber um amaci na cabeça. Esse ato litúrgico, honra o sacerdote e sua casa. Aplicar um amaci na cabeça de um iniciando é um ato de muita força dentro dos templos, e requer disciplina e retidão para que seja atingido seu objetivo. Não se usa um amaci apenas “por usar”... é importante que se estabeleça um objetivo claro para o preparo. No próximo mês, falaremos sobre os tipos de amacis que podem ser usados.

É isso turminha, benção de Papais e Mamães Orixás em nossa vida !

Sucesso e muita saúde a todos!





Orixá Iansã



Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos emocional.



Elemento: Ar - (em movimento, a ventania)

Sentido Divino: Lei

Fator principal: Direcionador, movimentador

Atribuição: Direcionar e movimentar os seres no sentido evolutivo



Ervas Quentes:

buchinha do norte, cânfora, espada de sta. Bárbara, quebra demanda, mamona, picão preto, bambu, fumo (tabaco), para-ráio (sta. Bárbara), tiririca, vence demanda, pinhão roxo.



Verbos atuantes nas ervas quentes:

Arrastar, arrebatar, dissipar, fulminar, remover, ...

Ervas Mornas:

Pitanga folha, peregun rajado, alfavaca, calêndula, camomila, cana do brejo, capuchinha, cidreira, cavalinha, chapéu de couro, cipó cravo, cipó s. joão, santa luzia, girassol semente, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, sabugueiro, folha do fogo, pinhão branco.



Verbos atuantes nas ervas mornas:

Mover, movimentar, direcionar, espalhar, empurrar, agir, vibrar,...



Flores: impatiens, palmas amarelas e vermelhas, açucena, tulipa, primavera (bougainvilea)



Frutas e alimentos: pitanga, laranja, abacaxi, grãos.



Banho / Amaci – purificador ou cura: Artemísia, losna, mamona, bambu folhas, cana folhas, tabaco, para raio.

Banho / Amaci – apresentação, gira ou iniciação: pitanga, eucalipto, peregun verde-amarelo, santa luzia, sabugueiro, laranjeira, girassol flor.

Firmeza à esquerda: olho de boi, valeriana, folhas variadas secas no tempo, pimentas

Portais de cura: água de chuva, velas amarelas e vermelhas, pimentas amarelas, pedaços de bambu, flores.



Adriano Camargo o Erveiro da Jurema ministra cursos e é Sacerdote de Umbanda

Contato: adriano@ervasdajurema.com.br

domingo, 14 de junho de 2009



A COMUNIDADE DE UMBANDA CONVIDA A TODOS A PARTICIPAREM DA NOSSAHOMENAGEM AOS NOSSOS CABOCLOS DE COUROCAPANGUEIROS DO SERTÃO

SARAVÁ TODOS OS BOIADEIROS

Pai Charles D’Oxossi

Comunidade de Umbanda S. Sebastião

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Nosso Blog esta cheio de novidades

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Fundador e Administrador do Grupo Umbandanet

Musicas de Umbanda

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Sandro da Costa Mattos

Obrigação a Oxum e Batizado 2009