terça-feira, 9 de junho de 2009

Mulheres nos Terreiros



 

Por Mônica Berezutch

 

Irmãos leitores, houve época em que as médiuns eram proibidas de serem diri­gentes espirituais, sacerdotisas, mães, etc, mesmo que elas já estives­sem pre­paradas. Nesta época  elas não podiam ser ogãs, ou seja, aquelas que tocam ou assu­­mem a responsabilidade da curim­ba (atabaques) do terreiro.

A mulher assim que soubesse da sua gravidez era afastada, pois a mes­ma não poderia trabalhar na corrente. E quando essa mulher incorporava, guias masculinos, precisava amarrar-lhe um pano em seu corpo para blo­que­ar as energias femininas.

As mesmas não podiam “trabalhar” no seu terreiro, quando estavam mens­truadas, justificando que seu cor­po es­tava aberto e, assim sendo, im­puro.

As indiferenças, os preconceitos, pres­sões e humilhações foram atitudes  vindas de uma socie­dade machista que jul­gava-se superior, que refletiam na época, na vida espiritual, social e afe­tiva. Mas, mesmo assim, a mulher con­fiou na dua­lidade de  Pai/Mãe Olorum e, prin­ci­pal­mente, tempo/evolução.

Quero acreditar que os tempos mu­daram, evoluíram, e que as mulheres estão sendo consideradas médiuns in­depen­dente do seu estado; que fazem parte do corpo mediúnico de um terreiro em igual­dade com os demais.

Desde os primórdios da Umbanda, as mulheres podiam incorporar Orixás mas­culinos e também guias como Caboclo, Preto Velho, Baiano, Boiadei­ro, Marinhei­ro, Ciganos, Exu e Exu Mi­rim, e já tinham como guia chefe, men­­tor ou guia de frente uma entidade mas­culina. São tantas as mulheres, senho­ras, meninas, moças, idosas que trabalham, e se formos analisar, hoje a maioria dos terreiros  é composta por um número maior de mulheres médiuns.

Muitas mulheres são tão guerrei­ras, líderes, inteligentes quanto os ho­mens. Não há diferença para Pai/Mãe Olorum, pois na sua dualidade gerou de seu interior seres masculinos e seres femininos, com o mesmo princípio e genética, os criou e os dotou com qualidades, atributos e atri­bui­ções iguais.

Tem pai sacerdote, dirigente espi­ritual que até hoje não incorpora Orixás femi­ninos, como também não incorpora Ca­bocla, Preta Velha, Cigana, Erê fe­minino, Pomba Gira e Baiana.

Muito raramente você encontra em terreiros um dirigente masculino tendo como mentora, guia chefe ou guia de fren­te uma entidade feminina.

Nós umbandistas reclamamos da discriminação, do preconceito, da falta de respeito com as nossas práticas religiosas, porém falta entendimento mútuo para os próprios umbandistas.                                             

E quando um dirigente espiritual, rompe estas barreiras preconceituosas e pratica a doutrina umbandista com igual­dade, é considerado no próprio meio um inconseqüente, e  passa a ser visto como um adversário.

Os fundamentos umbandistas e as leis que regem a base ritualística, não ditam que homens e mulheres tenham atitudes diferenciadas dentro dos ter­reiros.

Apesar de tudo, e graças ao Divino Trono do Tempo, tudo na vida renova-se e evolui, pois é uma lei natural gerada e criada pelo Divino Pai/Mãe Olorum.

Enquanto houver pessoas que acre­ditam na igualdade do ser humano e sabem que a dualidade de Pai/Mãe Olo­rum é infinita, continuarão pra­ticando e respei­tando as suas leis imu­táveis que são eter­nas. Enquanto os seres humanos acre­ditarem na sua igualdade e na dualidade  de Pai/Mãe Olorum, continuarão  a  ma­nifestar de seu íntimo o amor incondi­cional. Parabéns Pai/Mãe Olorum.

Um grande abraço.

 

Monica Berezutchi é Sacerdotiza do Templo da Luz Dourada

Av. Vila Ema, 3593

Onde mantém atendimentos espirituais e Cursos de Umbanda

e-mail: monica@luzdourada.org.br

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