quarta-feira, 30 de junho de 2010

EXU


Exu é como guardião e protetor.
Exu (origem africana) é o símbolo da fecundação e desenvolvimento.
Carinhosamente tratado como "Compadre", amigo íntimo sempre presente para defender seu protegido.
Não se pode de forma alguma relacionar os espíritos obsessores aos Exus, que realmente existem e viveram encarnados na Terra.
Não se pode de forma alguma confundir os Exus com o "Diabo", ser criado por outra religião.
Eles são orientados por Guias (Caboclos e Pretos Velhos). Trabalham como intermediários entre os Orixás e os homens em missão do bem para a humanidade. Formam numerosas Falanges, todas lideradas por grandes Chefes agindo no nosso mundo.
São criaturas como nós, já tendo encarnado e desencarnado na Terra por muitas vezes. Muitos até exerceram aqui no mundo os mais altos postos e posições, por seu saber e inteligência, onde cometeram grandes males, provocaram guerras, mas hoje, no espaço, esses sofredores orientados, buscam se regenerar.
Por suas condições, os Exus são usados, digamos assim, pelos Orixás e pelos Guias, para levar a justiça onde for preciso; dai atuarem também no terreno do mal, no sentido exceto da palavra, pois é a justiça do alto em ação, funcionando contra os perversos, os injustos, os desonestos, enfim.
Quando são bem recebidos, amados e respeitados, pelas suas vibrações poderosas, eles realizam trabalhos maravilhosos de curas, dão conselhos edificantes, praticam enfim o bem, semeando o eterno amor. São sublimes as suas realizações e sua atuação dentro da Umbanda prestando caridade é uma constante.
O clima que eles criam, de puras e sadias vibrações, beneficiam a todos os presentes, proporcionando-lhes alegria e contentamento. Devido à cobiça ou à ignorância de muita gente que os conhece mal, consideram eles maus, interesseiros, vingativos
As pessoas que andam certas na vida não devem temê-los, porque eles nada têm a ver com elas, só com os maus intencionados, os corruptos, os perversos, os interesseiros. Outras pessoas, como retorno dos males que mandaram-nos praticar em troca de presentes ou agrados, sofrem a lei do retorno.
Tal como nós, também um dia penetrarão na senda do amor, onde milhares deles já se encontram marchando rumo à perfeição, pois como tudo na natureza, na criação divina, também estão sujeitos à eterna lei da evolução, que conduz à felicidade eterna e verdadeira.
Exu é quem orienta os trabalhos práticos, abrindo as cerimônias como um guardião, sentinela e protetor de um Centro. Os trabalhos dos Compadres, suas provas assombrosas de força e poder, suas curas maravilhosas nas enfermidades dadas por incuráveis, nos mostra sua beleza de intenções.
Toda pessoa tem seu Exu particular, responsável pela força necessária ao seu desenvolvimento.
O vermelho e o negro são as suas cores representativas. O negro representa todo o culto em potência, sem diferenciação, sendo o primeiro elemento que dinamiza o culto e permite que ele se manifeste. Por coincidência ou não, no espectro visível do olho humano, vermelho é a vibração de menor frequência, abaixo do nível da qual tudo é negro, ausência de luz.
Sendo o senhor dos limites, inclusive no horário, seu momento mais próprio não poderia ser outro senão a fronteira entre os dias, isto é, a meia-noite.
Existem Exus na terra, no fogo, na água e no ar, bem como nas combinações desses elementos e nos estados de transição entre eles, incluindo os cemitérios. Têm a encruzilhada em "X" como seu local de força, por ser dominador de todos os caminhos.
Os Exus não possuem somente os nomes comumente conhecidos como Exu Marabô, Tiriri, Mangueira, etc. Têm seus nomes esotéricos ou cabalísticos: "Exu Tranca-Ruas", cujo nome esotérico, Senhor TARKEMACHE, que viveu neste mundo encarnado no Castelo de Cordevillee, sendo doutor e príncipe da Corte Francesa, na época de Richelieu; "Exu Tata Caveira", cujo nome esotérico, senhor PROCULO, foi químico; "Exu Meia-Noite", cujo nome esotérico, senhor HAEL, era um homem muito rico e belo, viveu em Apuaruma, terra onde hoje só existem vestígios e destroços, localizada na Serra do Congogi. Os Exus também podem possuir um terceiro nome, além do esotérico e do nome vulgarmente conhecido, isto é, o nome entre eles exus. Este nome é de conhecimento somente daqueles que são ligados estreitamente a eles e que ganharam sua confiança.
Exu abre as cerimônias do terreiro em dias de festa e de outras obrigações, é porteiro das matas, dando início para a colheita das ervas; dá conselhos, servindo de intermediário dos Orixás, aos homens; é controlador dos Eguns, inclusive determinando suas reencarnações e interlocutor nos jogos de búzios.
Nos Terreiros, Exu tem sua casa próximo à entrada dos mesmos, denominada "Ailê Okutá" ou "Ilêxus".
O "Padê" que se oferece a Exu no início dos trabalhos, quando se diz que está "despachando Exu", na realidade significa que estamos pedindo a Exu para botar para fora da casa os maus espíritos, permanecendo o Exu da Casa em seu devido lugar, ou seja, na porteira do Terreiro.
Os Exus normalmente aceitam qualquer comida, como bife cru ou cozido no azeite de dendê, com ou sem cebolas em rodelas, farofa d'água, de mel, de dendê, de fubá de milho, etc. Gostam de bebidas tais como Cachaça (marafo), Whisky, Vodka, sendo a primeira mais comum a eles. Apreciam charutos como também cigarros de palha, sendo machos, e cigarros comuns, quando fêmeas (pombagiras) .
Os Exus, assim como apreciam as comidas e as bebidas, também apreciam a indumentária, quando incorporados em seus "burros" (médiuns).
Através do tempo, o Exu poderá atingir graus de evolução espiritual enormes, de tal forma que poderão passar a integrar as falanges dos Caboclos e dos Pretos Velhos, praticando somente o bem, pelo simples prazer de praticá-los, porém não mais como Exus, mas sim como Caboclos e Pretos Velhos.

Fonte:http://www.caboclajurema.com.br/exus.htm

domingo, 27 de junho de 2010

O QUE É UM BATISMO




O QUE É O BATISMO?
O Batismo é um rito de passagem, feito normalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão ou aspersão. Este rito de iniciação está presente em vários grupos, religiosos ou não, especialmente na Umbanda e catolicismo entre outro.
SIGNIFICADO
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo batismo vem do grego, baptismós, que significa mergulhar. Em latim, baptismu. É um sacramento religioso onde através da imersão, da ablução ou simplesmente da aspersão de água significa um renascer espiritual, com purificação de todas as culpas e pecados.

ORIGEM
A origem deste sacramento é tão antiga quanto a humanidade. Cada povo de uma forma ou de outra, sempre teve seu ritual iniciático.
Todos conhecemos a passagem do batismo de Jesus por João Batista. Ali o batismo foi feito por imersão.
As Igrejas Evangélicas e Protestantes praticam até hoje esta forma de batismo. Já na Igreja Católica, a forma comumente usada é de aspersão, ou seja, a água é jogada sobre a cabeça da pessoa a ser batizada.

O BATISMO NA UMBANDA
Como em tantas outras religiões, também a Umbanda possui este ritual.
Sendo uma religião cristã, estando acima de todos nós o nosso Mestre Jesus, Oxalá, Nosso Médium Supremo, o batismo na Umbanda é realizado para consagrar os filhos adeptos, como forma de protegê-los contra o mal e contra a negatividade.
Nesta religião, tanto é usada a forma de aspersão (normalmente quando é realizado dentro dos terreiros) como também de imersão (nos rituais de cachoeira).
Como na Igreja Católica, os neófitos indicam padrinhos para orientá-los no caminho da espiritualidade, só que diferentemente daquela, na Umbanda, tais padrinhos podem ser guias ou orixás, os quais serão devidamente representados por seus médiuns na hora da consagração.

LOCAIS PARA A PRÁTICA DO BATISMO
O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro como também na cachoeira, local de maior vibração de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e senhora das águas doces.
Em alguns terreiros, por orientação do Chefe da Casa, o batismo pode também ocorrer na praia, sendo então os filhos consagrados a Iemanjá.

FUNDAMENTO DO BATISMO
Independentemente da religião, é importante entendermos que o ritual fundamenta-se na limpeza áurica e na ativação dos chakras.
A água tem o simbolismo da limpeza, da purificação, jogada ou aspergida normalmente na cabeça, na altura do chakra coronário, simboliza a limpeza deste chackra e sua ativação, promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores (lembrem-se que nas Igrejas Católica e Evangélica fala-se em batismo pelo Espírito Santo). Na Umbanda, além de ativarmos a ligação do chakra coronário com a força de Oxalá (Jesus), normalmente consagramos ainda a cabeça a Oxum, promovendo então, não só a limpeza espiritual como o fortalecimento e o equilíbrio das energias cósmicas com a energia terrena. Por isso que, em geral, o batismo é realizado com água da cachoeira.
Há ainda o cruzamento de pemba, onde os chackras ligados à espiritualidade são cruzados, simbolizando o fechamento destes às forças negativas, ativando-os tão somente para a entrada de energias positivas e benéficas.
Como em todos os rituais de Umbanda, a cerimônia é permeada por pontos de louvação específicos para o ritual.
No mais, cada chefe de terreiro dará suas instruções para o ritual, pois que este depende ainda da linha e da falange que comanda a casa umbandista e sua forma de trabalho.

Fonte:http://falangeirosdaaruanda.blogspot.com/2008/03/batizado-na-lei-de-umbanda.html

segunda-feira, 21 de junho de 2010

TERREIRO de Umbanda (Historia de vida dedicada a uma fé)

Umbanda é o nome de uma religião afro-brasileira que mistura ensinamentos do Espiritismo de Alan Kardec, do Catolicismo e de seitas trazidas pelos escravos africanos.

Uma reunião de fiéis para um ritual de Umbanda é chamada de "Sessão", dirigida por um homem ("Pai de Santo") ou por uma mulher ("Mãe de Santo"), também chamados de "Chefe de Terreiro". De acordo com a crença, eles poderiam incorporar espíritos de pessoas mortas, chamadas "Entidades". Estes espíritos podem ser Caboclos (índios), figuras religiosas, doutores, negros africanos ou brasileiros ("Pretos Velhos", "Pai Joaquim", "Pai Arruda", "Tia Joana", etc) .
Estas incorporações acontecem durante as sessões no "terreiro", "centro" ou "tenda", um aposento grande com um altar, onde os membros cantam "pontos", dançam ou apenas pedem conselhos à entidade. Durante a sessão, o chefe-de-terreiro é ajudado por homens e mulheres chamados "Filhos de Santo" ou "Cambonos". Se estas reuniões acontecem na rua, florestas, praias, ou em lugares externos em geral, são chamadas "Obrigações" , onde os membros rezam e oferecem alimentos, flores, velas e presentes às entidades.
Umbanda é chamada de "macumba" por alguns brasileiros, principalmente pelos de religiões evangélicas. Mas isto é errado. Realmente, a macumba é outra religião afro-brasileira denominada "Quimbanda" ou "magia negra", considerada por especialistas de Umbanda como uma distorção, porque é baseada na prática do mal, destinada a prejudicar inimigos presumidos, evocando espíritos atrasados, como "Exus", "Pombagiras", "Lúcifer", etc., que seria equivalentes às criaturas do inferno dos católicos. Assim, nós devemos distinguir muito bem a diferença entre Umbanda e Macumba. Os rituais de magia branca verdadeira - a Umbanda - são feitos apenas para melhorar a vida de uma pessoa, para praticar um bem. Nunca para prejudicar quem quer que seja.



O altar da Tenda Espírita Guaracy no fim da década de 50, quando ainda estava instalada em sua primeira sede, no bairro do Sampaio, Zona Norte do Rio.







Nas fotos acima , a médium Gildette César incorporada com o "Caboclo Guaracy".



Um "Obrigação" da Tenda Espírita Guaracy em uma praia, na década de50.




                                                       Gildette César





Gildette incorporando a "Tia Joana", durante uma sessão na segunda sede da Tenda em Copacabana, em 1986.

Gildette (embaixo, à direita ) incorporada com o um espírito da criança, dando conselhos aos frequentadores da Tenda (Festa de Cosme e Damião, Setembro de 1986)



Umbanda é dividida em Linhas , cada uma dirigida por um Orixá (espírito com uma missão) e composta por Legiões, subdivididas em Falanges. Zambi (Deus na nomenclatura umbandística) é o chefe supremo de todas as linhas. As linhas de Umbanda são:
Linha de Iemanjá - chefiada por Santa Maria e composta por Caboclas do Mar e dos Rios, Sereias, marinheiros, etc..
Linha de Oxóssi - liderada por São Sebastião, composta por Caboclos.
Linha de Ogum - chefiada por São Jorge, composta por várias personificações deste santo: Ogum Beira-Mar, das praias; Ogum Rompe-Mato, das selvas; Ogum Iára, dos rios, etc.
Linha de Xangô - liderada por São Jerônimo, composta por caboclos, Inhaçã e Quenguelê (pretos).
Linha Africana - liderada por São Cipriano, composta por negros das várias regiões africanas.
Linha de Oxalá - chefiada por Jesus e composta por santos católicos.
Linha faz Oriente - chefiada por São João Baptista, composta por doutores, cientistas, hindus, japoneses, chineses, árabes, etc.


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Os conceitos acima são baseados nos ensinamentos espirituais de Gildette César, uma médium que dirigiu a Tenda Espírita Guaracy por mais de 50 anos no Rio de Janeiro. Gildette começou os trabalhos em sua Tenda em 1946. Antes disto, esteve muito doente e chegou a ficar desenganada pelos médicos. Em 1946, conforme seu relato, ela incorporou o espírito de um índio velho (o Caboclo Guaracy) e, após isto, foi salva da morte. É curioso observar que, antes disto, Gildette detestava qualquer coisa relacionada a espiritismo, Umbanda ou religiões afro-brasileiras em geral - como ocorre com a maioria das pessoas de outras religiões que não conhecem direito a Umbanda ou o Candomblé - e, como ela mesma contava: "virando a cara pra outro lado e passando longe dessas coisas". Nessa época, ela dizia "Santo é só um boneco de pau" (como muitos evangélicos dizem hoje em dia...). Quando a incorporação aconteceu pela primeira vez, sua família acreditou que ela estava louca por causa da doença. Não obstante, Gildette abriu seu centro, primeiro em uma mansão na zona norte do Rio, à Rua Alzira Valdetaro, perto do Morro da Matriz (vários frequentadores dessa época eram do morro). Em 1964, essa mansão teve que ser demolida para a construção de uma rua, e Gildette foi forçada a transferir a Tenda Espírita para um pequena sala em um prédio comercial da Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Apesar do espaço menor, manteve os trabalhos espirituais durante mais de 35 anos, até sua morte em Março de 2000. Após isto, a Tenda Espírita Guaracy encerraria para sempre sua história de décadas de atos de fé e caridade das milhares de pessoas que de alguma forma, participaram dos trabalhos espirituais junto à médium.
Gildette foi uma lutadora incansável para defender sua fé. Vindo de origem muito humilde, tendo passado até fome quando era criança, conseguiu vencer sem usar sua religião como forma de ganhar dinheiro. Ela venceu baseada apenas no ideal da caridade: ajudar aos outros como a razão para a própria vida.

Preparação dos textos: Roberto C. Arruda
Rio de Janeiro - BRASIL
No ar desde Setembro de 2000

fonte: http://helenita89.vilabol.uol.com.br/umbanda.html

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os Baianos na Umbanda



Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores. Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Atualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais. Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário. Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes. Os que não admitem essa linha como vertente umbandista defendem sua posição criticando o nome que esses espiritos escolheram para seu trabalho. Já ouvi coisas do tipo “Daqui a pouco teremos linhas de cariocas, sergipanos, etc.” Esquecem eles que a Bahia foi escolhida por ser o celeiro dos orixás. Quando se fala nesse estado, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades. É evidente que no inicio a Umbanda era formada por legiões de caboclos, preto-velhos e crianças, mas a evolução natural acontecida nestes anos todos fez com que novas formas de trabalho e apresentação fossem criadas. Se a terra passa por constantes mutações porque esperar que o astral seja imutável? O que menos interessa em nosso momento religioso são essas picuinhas criadas por quem na verdade, não defende a Umbanda, quer apenas criar pontos polêmicos desmerecendo aqueles que praticam a religião como se deve, dentro dos terreiros, onde abraçamos a todos os amigos espirituais da forma como se apresentam.


Fonte:http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1656386-os-baianos-na-umbanda/

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Atabaques na Umbanda



Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.

Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.

Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.

As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.

Os pontos transformam – se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.

A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram – se no espaço físico - espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esse sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.

Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da função de “ogã” como popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o ogã é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmamos, o ogã como peça fundamental dentro do ritual é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “sector” da curimba. Por isso faz - se necessário que seja escolhido uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião.

Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo ogã procure uma escola de curimba, onde aprenderá os fundamentos, os toques de nação e “como”, “o quê” e “quando” cantar.

Mulheres também podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM! O “cargo” de ogã vem do candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé não toca atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação. Na Umbanda não importamos dogmas e conceitos do candomblé, mas sim seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos guias e mentores. Nuca vimos um caboclo ou preto – velho proibindo mulher de tocar atabaque, por isso afirmamos, na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga – se de passagem, muitas vezes melhor do que os próprios homens.

Por fim, queremos fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exus, pomba – giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”. Normalmente apresentam – se com a aparência de homens e mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.

São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns fazem – se presente auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os ogãs, os inspirando a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode relatar casos aonde um ponto vem na hora que ele é necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.

Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam trazendo seus “tambores astrais”, percutindo – os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.

Quando os Guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?

Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes é pouco explicado, e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo” , como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o “animismo” acontece por despreparo do médium, falta de estudo ou orientação e não pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.

Fonte: http://paipedrodeogum.blogs.sapo.pt/8907.html

sábado, 12 de junho de 2010

Festa de Boiadeiro 2010


São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc … Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro Marrumbaxêtro

Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa. É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações. Sofreram preconceitos, como os “sem raça”, sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.

Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande. O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro – habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os “caboclos índios” são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados”,pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energia” aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha “sempre” atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc… Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Fonte : http://www.assemacuritiba.com/

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Fofocas em Terreiro

Ditado pelo sr. caboclo sete estrelas


Em um determinado dia que não sei precisar fui convidado por um amigo espiritual a visitar, em três ocasiões, um templo de umbanda que me é intensamente particular.
Fui então volitando com a entidade amiga até descermos em direção ao portão de entrada do terreiro; o amigo espiritual olhou assim para mim e disse:
— Companheiro, antes de entrarmos neste templo religioso é muito importante que eu lhe explique algumas coisas, tudo bem?
— Sim senhor.
— Primeiramente acho que é desnecessário informar o fato de que a identidade deste templo deve ficar sob sigilo.
— Sim senhor.
— Peço-te anonimato apenas pelo fato deste templo religioso não ser o melhor ou o pior terreiro de umbanda existente no solo brasileiro, mas tão somente por situações extremadas que acontecem dentro dele não serem exclusivamente específicas a ele, está entendendo?
— Sim senhor
— O outro fato que desejo lhe comunicar é que esta será a primeira de uma série de três visitas que nós faremos a esta instituição religiosa.
— Verdade?
— Certamente. Penso que ao fim de nossa terceira visitação você estará preparado para deixar em escrito para seus irmãos de fé uma preciosa advertência para que possam alcançar verdadeiramente a evolução moral e espiritual nos respectivos terreiros que estes freqüentam regularmente. Peço-te respeito, fé e bastante equilíbrio tanto emocional quanto mental.
— Sim senhor, procurarei fazer o meu melhor.
— Então entremos.
E dizendo isto a entidade espiritual foi adentrando o templo, mas não sem antes fazer a saudação que todos os Srs. Caboclos fazem ao avistarem os guardiões das tronqueiras de um terreiro de umbanda. Eu também os saudei à minha forma pedindo proteção e força para os trabalhos que aconteceriam naquela noite. Na realidade eu estava achando estranho o fato de não haver uma única luz acesa no terreiro bem como a total ausência de médiuns encarnados, olhei, então, assustado para a entidade amiga e foi quando ela esclareceu-me:
— Hoje, neste terreiro, não haverá gira companheiro.
— Como?
— Se não vai haver gira você, então, quer saber por que foi trazido até aqui, não é verdade?
— Se tivesse como eu gostaria sim senhor!
— Mas eu gostaria que, primeiramente, você pudesse ver.
E dizendo isto o Sr. Caboclo depositou por alguns segundos a sua destra em minha fronte. Ao retirá-la espantei-me imediatamente porque as lâmpadas físicas do templo estavam apagadas, mas mesmo assim com a claridade que eu via no terreiro era como se elas estivessem acesas.
— Não se espante com isto companheiro, na cópia etérea deste templo as luzes realmente estão acesas.
Eu fiz uma careta de interrogação e já ia me pronunciar a respeito quando escutei, respeitosamente, sua voz a dizer-me:
— Não se preocupe com isto companheiro procure, antes, concentrar-se para enxergar aquilo que realmente importa ser visto esta noite, pois, afinal, foi para isto que coloquei minha destra em sua fronte: para clarear sua visão espiritual.
— Sim senhor. Vou seguir agora mesmo Vossa determinação.
E passado alguns segundos eu pude ver e, o que eu vi, me fez pensar que estava participando de algum filme de terror: as paredes do terreiro estavam todas recobertas por uma espécie de gosma marrom-enegrecida por onde rastejavam alguns tipos de larvas e vermes, flutuando por todo o terreiro havia uma fumaça preta e tênue e eu, já bastante assustado, exclamei:
— Meu Deus que coisa nojenta e horrível!!!
— Calma companheiro, existem coisas piores.
— Impossível, nada pode ser pior que ver isto.
— Não? Então me deixe dilatar sua percepção olfativa!
Olhei para ele com os olhos assustados e foi ai que ele mostrou o esboço de um sorriso na face e esclareceu-me prestimoso:
— Não se assuste, não há necessidade de fazê-lo sentir o cheiro terrivel de enxofre eu apenas aventei a possibilidade para que vocês, encarnados, nunca se desesperem e digam, no desespero, que uma determinada situação jamais poderá ficar pior ou melhor. Tudo e qualquer coisa sempre pode ficar pior ou melhor, só depende das escolhas que vocês façam na vida, entende?
— Sim senhor!!!
— Você está assustado com o que está vendo, não é verdade?
— Totalmente.
— Felizmente eu não posso lhe ajudar.
— Felizmente??????
— Isto. Sabe por quê?
— Não senhor.
— Você sabe que a luz afasta as trevas, certo?
— Certo.
— Mas você já viu isto alguma vez?
— Não.
— Então apenas observe.
Quando a entidade disse isto eu comecei a ver e o que eu vi e ouvi é quase indescritível: passei a escutar intensos e incontáveis assobios e bater de palmas ritmadas como se houvessem dezenas de pares de mãos invisíveis aos meus olhos, instantes depois eu comecei a sentir um forte odor de terra como se estivesse dentro de uma mata, notei então que na região central do terreiro eu passei a ver um tipo de portal na coloração laranja com a forma de um circulo abrindo lentamente e de maneira centrifuga, do interior deste portal saiam pequenos e incontáveis seres de fogo que retiraram toda a gosma da parede e que atraíram toda a fumaça para dentro do portal, após tudo isto, da mesma forma que vieram, estes seres se foram e portal fechou-se imediatamente. Não consegui segurar o assombro e disse:
— Meu Deus do céu!!!!
— O que foi companheiro?
— O senhor poderia me dizer o que foi que acabou de acontecer por aqui?
— Simples companheiro: o terreiro estava sujo e agora não está mais e é só o que devo lhe informar.
— Eu poderia saber quais foram os “lixeiros” que o auxiliaram a limpar a sujeira? Digo isto porque eu pude escutar vários bater de palmas e assobios instantes antes da limpeza, mas não pude enxergar quem estava a fazê-los.
— Olhe companheiro, agradeça a Deus por tudo que você pôde ver, pois foi tudo aquilo que o seu merecimento lhe facultou a enxergar.
Entendi o recado velado da entidade espiritual e respondi:
— Sim senhor, sempre hei de agradecê-lo, perdão pela curiosidade.
— Não há nada que perdoar companheiro a curiosidade , quando bem administrada, sempre há de ser um bem. Não se entristeça, sei da sua intensa curiosidade e lhe digo que posso esclarecer-lhe em coisas que você precisa saber em relação à noite de hoje.
— Preciso?
— Exatamente.
— Então, fique a vontade para esclarecer-me, prometo calar minha curiosidade e focar toda minha atenção para escutá-lo.
— O que vem antes do esclarecimento?
— A dúvida.
— E qual é a sua dúvida?
— Mas eu não sei o que o senhor pode responder para mim!
— Fácil, pergunte sobre a primeira dúvida que lhe ocorreu assim que entramos neste templo sagrado.
— Ah tá!!! A primeira dúvida que surgiu a minha mente foi: que gosma nojenta é esta pelas paredes?
— Esta é uma questão que posso lhe responder, mas também não seria interessante saber como ela veio parar por aqui?
— É verdade!!!
— Mas vamos por partes: primeiramente gostaria de fazer-lhe uma pergunta, posso?
— Sim senhor!!! Fique a vontade!!!
— Então companheiro diga-me qual seria a melhor forma de você prevenir-se contra uma gripe?
— Uma gripe?
— Exatamente. Por acaso a melhor forma seria afastar-se das pessoas que se encontram gripadas?
— Penso que não porque vivemos em sociedade nos relacionando constantemente com outros seres humanos com que, muitas vezes, somos forçados a conviver como vizinhos, amigos, colegas de trabalho, irmãos de fé, etc.
— Sendo assim, qual a melhor forma profilática contra a gripe?
— Penso que seria a prática regular de atividades físicas e a ingestão constante de vitamina C.
— E eu lhe digo que a resposta está correta companheiro e penso que esta sua resposta responde tua pergunta relativa à gosma negra.
— Como assim?
— Todo terreiro de umbanda é um hospital certo?
— Certo.
— E o que acontece com um hospital se ele começar a receber pacientes com moléstias altamente contagiosas e relaxar com a profilaxia em relação a estas?
— Contaminação geral.
— Perfeitamente. Então, neste terreiro onde estamos, que sei lhe é particular, estão relaxando com a profilaxia contra algumas doenças da alma.
— Doenças da alma?
— É companheiro, enfermidades morais.
— Como assim? O senhor está querendo me dizer que o corpo mediúnico desta casa de caridade não está junto para trabalhar com sinergia e evitar que as enfermidades morais da assistência causem malefícios aos médiuns?
— E quem disse a você que o vetor destas enfermidades morais é a assistência deste templo sagrado?
— Então o senhor está querendo dizer para mim que os médiuns da casa, ou seja, aqueles que deveriam auxiliar as entidades espirituais na prática da caridade contra doenças morais, são os mesmos que as estão transmitindo?
— Exatamente.
— Deus do céu, o que é isso Jesus?
— Isto não é Jesus companheiro, isto é o ser humano. Entenda que Jesus está nesta casa de caridade que faz o bem, que auxilia o próximo de forma gratuita e consistente, mas Jesus promove a luz e são a grande maioria dos médiuns deste terreiro que praticam a caridade, os mesmos que chegam a ofuscar esta luz contaminando seus irmãos de fé com a mais severa das moléstias da alma.
— E qual seria ela: o orgulho, o egoísmo, a avareza?
— Não companheiro, a mais terrível destas moléstias é aquela que se propaga mais facilmente e, assim, adoece aos médiuns com mais rapidez e profundidade: a fofoca.
— O que? Aquela gosma nojenta e aquela fumaça negra que estava presente neste terreiro quando aqui chegamos foram causadas por fofocas?
— A fofoca, a maledicência, as formas-pensamento presentes na psicosfera dos médiuns, entre outros, podem enlamear e derrubar todo e qualquer terreiro.
— Mas a fofoca me parece pouco para derrubar uma casa de caridade que promove o bem.
— Responda-me uma coisa: meia dúzia de cupins pode parecer pouco para derrubar uma casa de madeira, mas se estes seis não forem exterminados proliferarão e farão com que a bela casa um dia venha a pique, não é verdade?
— O senhor tem razão, entendi aonde quer chegar, mas porque o sacerdote deste templo não toma alguma medida de urgência para acabar com este mal de forma consistente?
— Por quê? Esta pergunta está ligada ao objetivo principal da sua segunda visitação a este terreiro. Espero o seu retorno em dois dias.
Queria ainda perguntar uma coisa ou outra, mas não teve jeito, somente dois dias depois, e era uma quarta-feira, foi que eu retornei a mesma casa de caridade e encontrei a entidade espiritual que tanta coisa me esclarecera na visitação anterior. Ele estava na porta do templo a me receber.
— Salve Tupã, nosso pai maior!!! Que bom que você pôde retornar para esta visitação, mas antes de adentrarmos o templo responda-me: qual foi mesmo o motivo de sua primeira visitação?
Pensei bastante antes de responder e me pronunciei:
— Penso que foi observar até que ponto uma terrível doença moral como a fofoca pode trazer tantos malefícios a uma casa de caridade, seja ela de qual religião for, acrescentei.
— Muito bem companheiro!!! Vejo que a primeira visitação foi bastante proveitosa para você, mas antes de observar, com fins de estudo, os acontecimentos desta noite, acho importante lhe esclarecer um motivo oculto de sua primeira visitação que está intrinsecamente ligado à visita da noite de hoje.
— Motivo oculto?
— Sim. Você sabe por que houve todo aquele ritual de limpeza energética, e etérica deste terreiro na sua primeira visitação?
— Não senhor.
— Para preparar esta casa de caridade para a reunião desta noite.
— Mas esta noite haverá reunião na casa? Por que então eu só estou vendo menos de uma dezena de médiuns dentro dela?
— Por que hoje acontecerá uma espécie de reunião especifica e fechada para certos médiuns.
— Certos médiuns?
— Sim, médiuns responsáveis pelo controle, pela administração, pelo bom andamento na parte física das reuniões religiosas deste templo.
— Na parte física?
— Sim, pois em toda reunião em qualquer casa umbandista há sempre uma parte da reunião que acontece na parte física do templo, enquanto outra acontece no plano espiritual.
— Entendo. Eu poderia saber o motivo desta reunião?
— Sim. O dirigente espiritual da casa, “incorporado” em seu médium, está juntamente com outros seis médiuns não “incorporados”, tanto para deliberar diretrizes a respeito do novo ano religioso do terreiro que está para se iniciar daqui a três dias, quanto para escutar deles informações relativas ao comportamento do corpo mediúnico dentro do terreiro no ano que se passou.Entendido?
— Sim senhor!
— Então venha que os trabalhos estão prestes a começar!!!
Atendi a determinação da entidade instantaneamente e pude observar que a reunião, de fato, iria começar naquele momento.
A entidade colocou a destra em minha fronte e, à medida que a reunião prosseguia, eu comecei a ver situações que beiram o surreal e com um fator comum em todas elas: é que em determinadas situações aparecia um tipo de névoa preta na região acima da cabeça do médium que conversava com o Sr. Preto-velho que é o dirigente espiritual daquele terreiro. Assustado, olhei ao lado e perguntei a entidade que estava a me acompanhar que névoa enegrecida era aquela e sua resposta assustou-me ainda mais:
— Fofoca.
— Como?
— Fofoca companheiro, firme sua visão na névoa negra da médium que está a conversar neste instante com o dirigente espiritual da casa e você compreenderá o que digo.
Passei a fazer o que me foi determinado e, após alguns minutos, tudo se esclareceu: a névoa negra que estava um pouco acima da cabeça da médium que estava conversando com o Sr. preto-velho em questão começou a transmitir imagens como se fosse uma espécie de televisão de dez polegadas.
Nestas imagens eu via uma outra médium contando para esta em questão uma determinada situação inverídica a respeito de um médium daquela casa.
Assustei-me novamente com o que vi e perguntei a entidade que estava a acompanhar-me:
— Mas e o Sr. Preto-velho dirigente desta casa? Por acaso ele não sabe que estão lhe passando informações que são um monte de calúnias e fofocas, sejam elas propositais ou não?
— Acontece que os médiuns não estão contando só calunias para a entidade-chefe.
— O senhor está correto, mas a cada vez que a calúnia acontece esta névoa negra surge acima da cabeça deles, será que a entidade-chefe não pode ver as calúnias e fofocas que estão lhe contando?
— A maioria delas sim, mas muitas outras não.
— Mas porque não?
— Os motivos são variados e variáveis, mas eu posso lhe falar apenas dois entre estes. O primeiro motivo reside no fato de toda entidade espiritual ser uma parte de Deus e não o próprio Deus.
— Como assim?
— Somente Deus é onisciente e, portanto, somente Ele sabe de todas as coisas.
— Entendo o que o Sr quer dizer, mas qual é o segundo motivo?
— Uma grave enfermidade moral que o sacerdote deste templo possui e que, muitas vezes, embaça o seu bom-senso. Uma enfermidade filha do ódio conhecida como rancor.
— O sacerdote é rancoroso, é isso?
— Exatamente e extremamente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
— Mas se a fofoca faz com que esta casa de caridade fique com um aspecto espiritual tão asqueroso como presenciei há dois dias e se o sacerdote dela, além de ter o extremo rancor como conselheiro, tem como fiéis “escudeiros” médiuns com a enfermidade moral da fofoca em estágio avançado isto só pode significar que esta casa de caridade está em vias de entrar em extinção, infelizmente eu estou certo?
— De forma alguma!!!
— Não?
— Não!!!
— Mas não foi o Sr. Quem disse que meia dúzia de cupins, com o tempo, podem acabar com uma casa feita totalmente de madeira?
— Isto eu realmente disse, acontece que este terreiro não é formado apenas por “médiuns-cupins”, aqui também existem “médiuns-formigas”.
— “Médiuns-formigas”?
— Sim. Aqueles médiuns simples, humildes que quase não são notados, médiuns pequeninos em vaidade e que procuram trabalhar em conjunto com vistas ao bem maior que é a caridade.
E eu, sensivelmente emocionado, respondi:
— Acho que entendo o que o senhor quer dizer.
— “Médiuns-formigas”, enfim, são aqueles que, como disse um mano meu em uma certa prece, “ estão na umbanda pela umbanda, na confiança pela razão, são também trabalhadores silenciosos cujas ferramentas chamam-se DOM e FÈ, e cujos ‘salários’ de cada noite são pagos com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra a INGRATIDÃO”.
— Estou entendendo.
— Enquanto aqui nesta casa de religião houver “médiuns-formigas” esta casa jamais cairá.
— Eu até entendo isto que o Sr. me diz, mas a enfermidade moral da fofoca está contaminando a muitos aqui neste terreiro, o Sr. não acha?
— Acho e é justamente por isso que você retornará aqui em espírito pela terceira e ultima vez daqui a três dias às dezesseis horas para participar da gira inaugural deste ano que acabou de começar, estamos entendidos?
— Sim senhor.
— Então vá na força e na luz de Tupã Todo-poderoso.
Três dias depois, em uma tarde ensolarada, lá estava eu naquela casa de caridade com a entidade amiga que me acompanhou nas duas visitações anteriores a esperar-me na porta de entrada do templo.
— É muito bom vê-lo tão disposto para desempenhar a tarefa de hoje!!!
Eu olhei um tanto receoso para ele e foi nisso que eu o ouvi dizer:
— Não precisa se preocupar companheiro, hoje você não verá gosma nojenta e nem telas mentais assustadoras.
— Não?
Perguntei eu num misto de alegria e alivio para ouvi-lo responder novamente com o esboço de um sorriso no rosto:
— Não. Sua tarefa nesta tarde também está ligada intrinsecamente com as das duas visitações anteriores e consiste em anotar textualmente, para depois deixar de amostra para seus irmãos de fé, a palestra que o Sr. Caboclo que chefia os trabalhos deste templo ministrará para todos os aqui presentes no dia de hoje.
— Sim senhor.
— Perpetue esta palestra de hoje porque ela sempre haverá de ser, na força de Tupã iluminado, um ótimo antídoto contra o veneno moral da fofoca.
— Sim senhor
— Ao término da palestra você despertará instantaneamente em cima de seu leito.
— Sim senhor.
— Que Tupã iluminado e sagrado sempre abençoe e ilumine o seu caminho!!!
— Que assim seja!!!
Foi só o que eu, intensamente agradecido, pude responder a entidade amiga antes de começar a registrar a palestra que o Sr Caboclo que chefia os trabalhos da casa estava prestes a iniciar:



“ Saravá a todos os filhos aqui presente no dia de hoje, que Tupã iluminado abençoe a presença de todos vocês nesta casa de caridade.
Este Caboclo sabe que o sol lá fora está forte, mas também sabe que O Todo Poderoso Tupã faz iluminar no coração de vocês um calor que é ainda mais forte que o do sol que é o calor da fé. Foi esta fé que trouxe vocês aqui e que esta fé possa fazê-los alcançar o que vieram buscar aqui, nesta casa de caridade, que é casa de vocês mesmos.
A palavra deste Caboclo hoje é muito curta e está relacionada com a fé de cada um.
Este Caboclo começa com uma pergunta: qual é a arma que traz mais malefícios à humanidade?”
Devo confessar que achei um tanto quanto chocante a pergunta do Sr. Caboclo, mas a assistência encarou de forma natural e a grande maioria até mesmo respondeu que era a bomba, o Sr. Caboclo,então, continuou a palestra:
“ A grande maioria de vocês respondeu que é a bomba e este Caboclo realmente fala que a bomba é uma grande ceifadora de vidas em massa. A natureza evolui, os conhecimentos de vocês evoluem e infelizmente o desejo do homem de fazer o mal parece que evolui da mesma forma por que se antes só existiam bombas atômicas hoje já existem as químicas e, pasmem, o homem brincando de Deus criou uma bomba que usa uma forma de vida para tirar outras milhões de vidas que é a bomba biológica, entretanto companheiros qualquer bomba é tão somente aquilo que já disse antes: uma grande ceifadora de vidas em massa, mas não é a arma que traz mais malefícios a humanidade porque esta arma de que falo é anterior a criação da primeira bomba e eu gostaria que vocês dissessem para mim qual é esta arma”.
Muitas pessoas na assistência deram respostas variadas, mas uma dentre elas chamou a atenção do Sr. Caboclo: o fogo. Foi ai que Ele retomou a palestra:
“ Companheiros, existem muitos alimentos que se não fossem o fogo vocês não poderiam ingerir tanto por que é ele que os amolece, quanto por que é ele que elimina formas de vida microscópicas nocivas a saúde do ser humano e só por isso que vos falo vocês já podem perceber que o fogo, em si, é um bem, uma das formas de manifestação da misericórdia de Deus que os homens tanto podem usar para fazer o bem ou fazer o mal, mas que, justamente por isto, não é a arma que traz mais malefícios a humanidade. Gostaria muito que vocês me ajudassem a descobrir qual é esta arma, entretanto devo informar que vocês só tem mais uma chance.”
A entidade palestrante esperou alguns instantes até que uma pequena maioria respondeu que são as armas de fogo, e foi a partir deste ponto que ele retomou a palestra:
“ Arma de fogo infelizmente não é a resposta correta, mas fará deduzi-los que resposta seria esta, por que este Caboclo deseja que vocês pensem nos fatores que podem fazer um ser humano apertar o gatilho de uma arma e antes que vocês comecem a imaginar que este Caboclo não está falando coisa com coisa, ele revela que a arma que traz mais malefícios ao ser humano é a própria língua dele.
O dedo do homem pode apertar o gatilho, mas só se a mente dele desejar e o que pode fazer com que a mente de um ser humano venha a querer tirar a vida de outro?
Este Caboclo fala que é a língua por que se um filho de uma raça cresce escutando falar que um outro, de outra raça, também é filho de Deus este, quando crescer, não terá motivos para tirar a vida daquele e vice-versa; se um filho cresce escutando que povos de outros paises são irmãos seus, então ele não terá motivos para querer tirar a vida de outro ser humano pelo fato dele pertencer a outro país; um homem pode ter extremo ódio de outro, mas se ele não tiver nenhuma maneira de comunicar isto a outros este ódio morre com ele, entretanto, se ele conseguir passar todo este ódio para pelo menos uma pessoa, então milhões de vidas poderão ser ceifadas como aconteceu de forma análoga no genocídio de judeus na segunda grande guerra.
A língua do homem pode ser uma arma tão terrível e perigosa que Nosso Senhor Jesus Cristo disse certa vez que o que mata o homem não é o que entra em sua boca, mas sim o que sai dela, ou seja, as palavras.
Podendo a língua de o homem ser tão maléfica por que Tupã iluminado o dotou com esta? Este Caboclo fala que foi para que o homem soubesse e aprendesse desde cedo que para tudo na vida ele tem escolhas e que estas ou levam-no para o melhor caminho, que é o da evolução junto a Tupã, ou para um outro caminho que possa atrasar sua evolução e é assim que os filhos na terra ou vão aprendendo a usar a língua para congratular-se com seus irmãos ou para ofendê-los com impropérios.
Queridos companheiros a mente humana pode criar as mais perfeitas maldades, mas só a sua língua pode coletivizá-la e o que vocês que estão tanto na frente deste Caboclo, aí na assistência, quanto os cavalinhos que estão aqui com ele estão coletivizando com seus filhos, seus irmãos, seus pais, seus parentes, seus vizinhos, seus colegas de escola, seus colegas de trabalho, seus parceiros em atividades coletivas de lazer, sua cidade, seu pais, seu mundo???
Sei que nenhum espírito humano é perfeito, a começar por este Caboclo que vos fala, mas este Caboclo espera em Tupã Nosso Pai que vocês só estejam coletivizando o amor, a fé, a justiça Divina, a lei de caridade, o conhecimento do bem, a vida e o desejo de evolução junto a Tupã iluminado, por que da mesma forma que é fácil iniciar um incêndio e difícil extingui-lo, também é bastante fácil criar uma maledicência e espalhar uma fofoca e é extremamente difícil, em uma só encarnação, apagar os efeitos nefastos que estes verdadeiros incêndios verbais causam na vida das pessoas que foram caluniadas e ofendidas.
Reflitam sobre isto companheiros e que Tupã Iluminado abençoe a todos vocês.”

fonte: http://pedrorangelsa.blogspot.com/2008/03/lies-sinceras-de-um-caboclo.html

quarta-feira, 2 de junho de 2010

LAROIÊ EXU! EXÚ É MOJUBÁ!




LAROIÊ EXU! EXÚ É MOJUBÁ!

“Exú pode ser o mais benevolente dos Orixás, se tratado com consideração e generosidade”

Exu é entidade de luz (em evolução) com profundo conhecimento das leis magísticas e de todos os caminhos e trilhas do Astral Inferior.

Não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo.

São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente.

São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina.

Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa, a atividade dos guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações.

Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.

Na Umbanda a caridade é lei maior, e esses espíritos, com aspectos mais bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos sub-planos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos. Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo “trabalhos”, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital.

Musicas de Umbanda

MAPA DE COMO CHEGAR A COMUNIDADE DE UMBANDA

Indicação de Livros Umbandistas

Indicação de Livros Umbandistas
Sandro da Costa Mattos

Obrigação a Oxum e Batizado 2009