Menos de uma semana depois de o candomblé ter virado patrimônio imaterial do estado, o governador Sérgio Cabral sancionou, ontem, a Lei 5.514/09, de autoria do deputado Gilberto Palmares (PT), que confere o mesmo título à umbanda.
— A partir do momento em que os cultos viram patrimônio, eles passam a ser mais divulgados, diminuindo a intolerância e a violência — comentou, em nota, Palmares, que também é autor da lei que declara o candomblé patrimônio imaterial do estado.
Para a professora de antropologia da UFRJ e autora do livro "Guerra de Orixá", Yvonne Maggi, o tombamen-
to é uma forma de dar legitimidade à religião:
— A umbanda foi criada no Rio de Janeiro dos anos 20 por um grupo que se separou do Kardecismo, mas que não queria assumir todos os ideais do candomblé. O tombamento preserva essa cultura. O mais difícil é mudar a relação cotidiana entre os fiéis de várias religiões.
Diretora da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Fátima Damas espera que a lei faça com que a crença seja vista com outros olhos:
— Estou muito feliz. É uma coisa que queríamos muito. Nossa religião é genuinamente brasileira, mas a sociedade não a vê como tal. A falta de conhecimento faz com que muitos tenham preconceito.
Lideranças de candomblé e umbanda acreditam que a transformação das religiões em patrimônio imaterial é um reconhecimento da importância da cultura afro para a história do estado.
— É preciso preservar a liturgia, a história da umbanda e do candomblé. Somos sacerdotes que lutamos pela verdadeira essência da religião. Umbanda é manifestação do espírito para prática da caridade, como disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas — defende o babalorixá Marcos Penna.
Pai Paulo de Oxalá concorda com a visão:
— Essa lei é de suma importância para uma religião que no passado foi vítima de represália. É uma vitória, para nossos mais velhos, ialorixás e babalorixás antigos.
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