quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Quando o Tédio Apareça
Por Emmanuel (Psicografia de Chico Xavier)
Quando o desalento te ameace o caminho, pensa nos outros,
naqueles que não dispõem de tempo para qualquer entrevista com o tédio.
Se te acreditas amargando lições demasiado severas no educandário da vida,
freqüenta, de quando em quando, a escola das grandes provações,
onde os aprendizes se acomodam na carteira das lágrimas.
Muitos jazem na rua, estendendo mãos fatigadas aos que passam com pressa...
Em maioria, são doentes que a onda renovadora do grupo social atirou à praia da assistência pública
ou mães aflitas a quem as exigências de filhos pequeninos ainda não permitem a liberalidade de uma profissão...
Provavelmente, alguém dirá que entre eles se encontram oportunistas e malfeitores
que se fantasiam de enfermos para te assaltarem a bolsa em nome da piedade.
Compreendemos semelhante alegação e justificamo-la porque o mal existe sempre
onde lhe queiramos destacar a presença e, conquanto te roguemos o benefício da prece,
em favor dos que agem assim, mais por ignorância que por maldade,
apelamos para que consultes ainda aquelas outras salas de aula
que se enfileiram no recinto dos hospitais e albergues esquecidos.
Acompanha o estudo daqueles cujo corpo se carrega de feridas dolorosas
para agradeceres a cartilha de agoniadas emoções dos que se recolhem nos manicômios,
sorvendo angústia e desespero nos resvaladouros da loucura ou da obsessão,
a fim de valorizares o cérebro tranqüilo que te coroa a existência...
Visita os asilos que resguardam a sucata do sofrimento humano e observa
as disciplinas dos que foram entregues às meditações da penúria,
para quem um simples sanduíche é um brinde raro e
partilha os exercícios de saudade e de dor dos que foram abandonados pelos entes que mais amam,
a fim de abençoares o pão de tua casa e os afetos que te enriquecem os dias.
Quando o tédio te procure, vai à escola da caridade...
Ela te acordará para as alegrias puras do bem e te fará luz no coração,
livrando-te das trevas que costumam descer sobre as horas vazias.
“Coragem” de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
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